"A pobreza tem consequências nefastas. Mata em massa, desestrutura as famílias, desorienta a juventude, e, o pior, é concluir que tudo isso foi projectado para tornar o povo vulnerável e dependente dos caprichos dos que o governam", disse o líder da UNITA.

Segundo o político, a UNITA assume o compromisso de combater a pobreza e a fome com o seu plano de "na busca de soluções económicas, priorizar o campo para beneficiar a cidade".

"Construir e reabilitar as estradas e vias que ligam os centros de produção aos centros de distribuição e mercados, recensear as terras aráveis e distribuí-las aos agricultores para a sua devida exploração, subvencionar a importação de meios de produção, fertilizantes e sementes para chegarem aos agricultores a preços acessíveis", apontou o líder da UNITA como desafio, caso o seu partido vença as eleições.

A UNITA promete ainda formar os agentes técnicos da agricultura e pecuária junto das comunidades para incentivar e promover uma agricultura familiar de subsistência, sustentável e rentável, a criação de pequenas unidades de indústrias transformadoras próximas dos principais centros de produção, impulsionar a produção da cesta básica de forma consistente e garantir as três refeições mínimas por dia, garantir às crianças a merenda escolar e criar um plano emergencial assistencialista para o combate de bolsas de fome.

Na província de Malanje, onde o líder da CASA-CE, Manuel Fernandes, "caça o voto", foi dito aos vendedores do mercado Xauande que o partido tem os melhores programas de governação para vencer as eleições, sendo uma força política "mais bem organizada" do que as suas concorrentes.

"Vamos dignificar os angolanos que ao longo de muitos anos sofrem num País rico com recursos naturais", referiu, anunciando que, em caso de vitória nas eleições de 24 de Agosto, a CASA-CE vai disponibilizar um décimo das receitas do petróleo e dos diamantes à educação e ao fomento do emprego.

Na província do Cunene também está a presidente do Partido Humanista de Angola (PHA), Bela Malaquias, que prometeu subsídios às mulheres menores de 18 anos.

"Não é pelo simples facto de ser mulher, é sobretudo pela capacidade natural de gerir, organizar, cuidar e amar. Angola chora e derrama sangue desde o tempo dos nossos avós, por isso, Deus ouviu as nossas orações e neste momento ele está levantando uma mulher para governar esta Nação", disse Bela Malaquias, que prometeu atribuir terreno a todos os cidadãos angolanos, porque, segundo ela, "o cidadão tem direito a terra".

"Vamos erradicar todas as formas de discriminação e violência contra as mulheres e meninas, assim como situações de estereótipos sociais. Vamos também garantir à mulher o direito à diferença, que atenda à sua condição de mãe, ao equilíbrio psico-afectivo da criança que necessita do acompanhamento da mãe e à conciliação do trabalho doméstico com o emprego", acrescentou.

Já o cabeça-de-lista do Partido Nacionalista para a Justiça em Angola (P-NJANGO), Eduardo Chingunji, prometeu em Benguela um programa de emergência para o combate à fome e à miséria e à malária.

"Da mesma forma que o Executivo centralizou a atenção ao combate à covid-19, o nosso Governo fará a mesma coisa com o combate à malária, uma doença responsável de muita mortalidade em Angola", disse.

"Somos uma organização política que vai diminuir o poder dos grandes partidos", que aposta na formação de quadros, no sector da agricultura, educação e saúde.

O secretário-geral do PRS, Rui Malopa Miguel, garantiu em Luanda que, em caso de uma vitória do seu partido, vai propor que o salário mínimo seja fixado entre os 200 e os 500 mil Kwanzas.

O dirigente partidário assegurou que nas condições actuais não é possível sobreviver com o salário mínimo do País.

O político do PRS prometeu também dar 150 mil kwanzas de subsídio às pessoas desempregadas.

Os comités provinciais do MPLA desdobram-se em todos municípios do País, onde transmitem as linhas de força do seu Governo e a identificação do candidato à liderança do País no boletim de voto.

Estão autorizados a concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e da coligação CASA-CE.

Do total de 14,399 milhões de eleitores esperados nas urnas, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América.

A votação no exterior terá lugar em países como a África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), a Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e a República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi).

Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Solwezi).