Este concurso surge no site do Gabinete para a Democracia e Direitos Humanos do Departamento de Estado dos EUA (DRL) numa altura em que a consultora de risco Pangea Risk publicou uma análise baseada em alegadas violações da lei norte-americana anti-corrupção por parte do Presidente angolano e outros dirigentes próximos do poder, o que está a ser entendido em determinados círculos como uma resposta a essas acusações e um incentivo ao Executivo para manter o rumo anti-corrupção.

Entre os objectivos está conseguir apoios para as organizações da sociedade civil e os media angolanos de forma a apetrechá-los com meios e conhecimentos que permitam um reforço nacional de combate pela transparência e contra a corrupção e é destinado a organizações interessadas em submeter projectos neste âmbito.

"O DRL pretende com esta iniciativa reduzir a corrupção em Angola apetrechando as organizações da sociedade civil e os media com ferramentas que permitam investigar a corrupção e monitorizar a acção governativa", lê-se no anúncio.

A ideia passa ainda por garantir que a sociedade civil e os media "usem novas competências para educar e empenhar o público nas medidas em curso no País de combate à corrupção e às reformas políticas em curso".

No mesmo espaço o DRL recorda que o Presidente angolano "fez progressos substanciais no combate à corrupção, tendo o Governo de Angola dado prioridade ao combate da captura do Estado por interesses ligados às elites que se apropriaram dos recursos públicos para benefício próprio são longo dos anos".

"Dirigentes acusados de corrupção foram indiciados por corrupção e uma nova lei anti-lavagem de dinheiro e contra o financiamento do terrorismo permitiu maior transparência e responsabilização", diz ainda o DRL

Que sublinha ainda "persistirem muitos desafios" pela frente porque "a corrupção é ainda uma realidade evidente" sofrendo o País de desadequados mecanismos legais e de uma cultura de impunidade" ao qual não escapa o próprio sistema judicial.

O DRL nota ainda que a corrupção encrostada na sociedade angolana "é um risco real para a trajectória de reformas iniciada há dois anos", lembrando que o avanço rumo às eleições locais coloca novos desafios no combate à corrupção e ao peculato, havendo indícios de que a "corrupção pode aumentar no início do processo de descentralização".