A vice-presidente do GMP em exercício, a deputada Aldina da Lomba, que prestou a informação aos jornalistas, garantiu estarem já criadas as condições para o lançamento do movimento que conta com a participação de parceiros sociais e sociedade civil.

O propósito da criação deste movimento, segundo apurou o NJOnline, visa amenizar o flagelo e as consequências do consumo excessivo de álcool e de drogas ilícitas, situação que assola as famílias angolanas e dizima particularmente jovens e adolescentes.

"O Movimento Nacional de Prevenção e Combate ao uso de Drogas é subdividido em cinco coordenações, nomeadamente jurídico, comunicação social, da acção social, terapêutica e prevenção contra as drogas, grupos encabeçados por deputados e integrados pelos parceiros sociais", informou a deputada.

Segundo ela, estas subcomissões vão trabalhar por especificidades, por exemplo, o grupo jurídico irá trabalhar na actualização ou ainda na criação de legislação nesta área, a coordenação de jomunicação e imagem vai debruçar-se sobre um plano estratégico de comunicação educativa e de sensibilização sobre o combate ao uso de drogas e assim por diante.

"Os grupos vão trabalhar na base de um Plano Nacional de Combate ao Uso de Drogas, cujas acções irão abranger todo o País com a criação de subgrupos a nível provincial, em coordenação com os círculos provinciais de deputados, que da mesma forma trabalharão com os parceiros locais em acções conjuntas de combate à droga", acrescentou.

Aldina da Lomba lembrou que o primeiro encontro entre o GMP e os parceiros sociais aconteceu em Janeiro deste ano, em que foi criado este grupo de trabalho.

Ao NJOnline, o sociólogo Filipe Seco disse que o uso de drogas ilícitas e lícitas é a principal causa de surgimento de transtornos mentais no País, sendo uma condicionante ao desenvolvimento humano.

"As drogas têm sido o motivo para a desestruturação de muitas famílias, levando à morte de muitos jovens e adultos" acrescentou, saudando o surgimento deste movimento que será lançado na Assembleia Nacional.

Na sua opinião, a sociedade deve pensar seriamente sobre o problema das drogas, visto que já se vende álcool e drogas em todo lado e a qualquer altura.

"Temos de lutar contra este mal que enferma a nossa sociedade. Temos de evitar possíveis riscos de desperdícios dos futuros quadros de Angola", apelou.

Para o sociólogo Filipe Seco, "a situação requer cuidados e há que tomar as medidas necessárias para se evitar que o número de consumidores suba para níveis ainda mais altos".

Recentemente, o ministro da Justiça e Direitos Humanos, Francisco Queiroz, admitiu que Angola regista níveis de tráfico de drogas mais elevados do que em anos anteriores, mas ainda assim inferiores aos de outros países da SADC.

"Os crimes mais cometidos são aqueles de natureza económica, de transferência ilícita de capitais, o tráfico de órgãos humanos e pessoas e o tráfico de drogas, que começa a ser um problema preocupante", disse o ministro, que falava na abertura do seminário sobre a "Implementação das Convenções das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC)".

Segundo o responsável, os criminosos aproveitam a vantagem de Angola ser uma "placa giratória" da região, bem como a vulnerabilidade das fronteiras marítima e terrestre (numa extensão de mais de 2500 km2), para traficar drogas pesadas, como a cocaína.