No despacho presidencial 204/21, publicado no Diário da República de 26 de Novembro, o Chefe de Estado autorizava a despesa em kwanzas no valor equivalente a 23,1 milhões de dólares dos Estados Unidos da América, e formalizava a abertura do procedimento de contratação simplificada, pelo critério material, para a construção do CEFOJOR - Huambo.

Esta obra era justificada, segundo o texto do despacho "tendo em conta os desafios que se colocam diariamente aos profissionais e colaboradores da comunicação social, numa abrangência nacional, regional e internacional".

No documento dado à estampa em 2021, lia-se igualmente que a medida foi tomada "considerando a necessidade de atender às carências na área da comunicação social da República de Angola, através do reforço da formação, valorização e dignificação dos jornalistas a nivel nacional, regional e internacional".

No mesmo despacho era delegada competência ao ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, com a faculdade de subdelegar, para a aprovação das peças do procedimento, bem como para a verificação da validade e legalidade de todos os actos praticados no âmbito deste ajuste directo. O ministro era ainda autorizado a celebrar o contrato com a empresa Omatapalo - Engenharia e Construção (Angola).

No despacho presidencial 117/22, publicado no Diário da República de 13 de Maio, o Chefe de Estado autoriza a celebração do contrato de abertura da linha de crédito entre o Ministério das Finanças e o Banco de Fomento Angola, no valor global de 14,7 mil milhões kz, que hoje equivalem a 35,5 milhões de dólares, para assegurar recursos financeiros necessários à execução do contrato de empreitada para a construção do CEFOJOR, na Provincia do Huambo, e autoriza a Ministra das Finanças, em nome e em representação da República de Angola, com a faculdade de subdelegar, a assinar o contrato, bem como toda a documentação com ele relacionada.

A Omatapalo, maioritariamente detida pelo actual governador de Benguela, o empresário Luís Manuel da Fonseca Nunes, tem sido uma das empresas mais beneficiadas por ajustes directos nesta legislatura.

Embora a estrutura accionista da Omatapalo tenha vindo a alterar-se ao longo dos anos, a empresa foi constituída na Huíla, em 2003, por José Cordeiro, Manuel Henriques, Adilson Henriques, Rui Vieira e Luzia Rosa, mas, em 2012, Luís Manuel da Fonseca Nunes adquiriu 64,6% do capital social através da sua empresa Socolil Lizena, em que 60% das acções são detidas por ele e as restantes 40% são detidas pela esposa, Maria Nunes.

Nessa altura o actual governador de Benguela assumiu também a presidência do Conselho de Administração.

Em 2016 há nova alteração no pacto social da empresa, com a entrada da sociedade anónima Highways Investment, criada em Malta pelo português Carlos Alberto Loureiro Alves, que adquiriu 33 por cento do capital social da Omatapalo. A Socolil aproveitou para consolidar a sua posição com 65 por cento do capital. Os restantes dois por cento foram assumidos pela Omatapalo Engenharia e Construções.

A 12 de Setembro de 2018, o presidente da República nomeou Luís Nunes para o cargo de governador da Huíla. Luís Nunes passou então a fazer parte das Pessoas Expostas Politicamente (PEP), e, três meses depois da sua nomeação, a 20 de Dezembro do mesmo ano, renunciou formalmente, em assembleia-geral, ao cargo de PCA da Omatapalo, sendo substituído por Carlos Alves.