À chegada, João Lourenço terá um grupo de jovens activistas contra o desemprego em frente à Assembleia Nacional, a exigir ao Chefe de Estado o cumprimento da promessa eleitoral de criação de 500 mil empregos, mas a Polícia Nacional já avisou que vai recorrer a "toda a legitimidade para garantir que não haja perturbação da ordem e tranquilidade públicas".

Os partidos políticos da oposição e a sociedade civil querem ouvir, esta manhã, quando forem 11 horas, no tradicional discurso sobre o estado da Nação do Presidente da República, "soluções para os vários problemas que afligem os muitos milhares de angolanos".

O líder do grupo parlamentar da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, diz que os angolanos estão a enfrentar vários problemas, nomeadamente desemprego, criminalidade e défice de assistência humanitária às populações do sul de Angola.

"Queremos acções concretas para melhorar a situação dos angolanos. O País não pode continuar como está", referiu Adalberto da Costa Júnior, defendendo que as eleições autárquicas em todos municípios são a melhor solução para o desenvolvimento de Angola.

Adalberto espera que, antes do fim do ano, a Assembleia Nacional aprove todo o pacto legislativo referente às eleições autárquicas previstas para 2020.

"O gradualismo geográfico, defendido pelo Governo, consiste em inicialmente as eleições serem realizadas em alguns municípios, o que na nossa visão, fere o princípio da universalidade", referiu.

O líder do grupo parlamentar da CASA-CE, Alexandre Sebastião André, disse que o Executivo não pode "cruzar os braços", tendo em vista o momento que o País atravessa.

"O povo está a sofrer. Tudo subiu nos mercados. O Executivo tem de encontrar soluções para dar dignidade às populações", referiu.

O presidente do PRS, Benedito Daniel, lamentou o estado actual do País, sublinhando que o Executivo tem de delinear políticas concretas para estabilizar a economia.

"O povo não sabe o que fazer. O Executivo tem de contornar a situação", aconselhou.

O presidente da FNLA, Lucas Ngonda, lamentou que com a implementação do IVA desde 01 Outubro, a vida dos angolanos piorou.

"É fundamental haver campanhas de esclarecimento sobre o IVA, porque a vida das famílias piorou. Espero que o Presidente da República faça um pronunciamento sobre essa situação", referiu.

O membro da sociedade civil, Antunes Kamaty, entende que, para resolver estes problemas que apoquenta os angolanos, o Executivo deve apostar seriamente na agricultura.

"Como é que vamos resolver o problema do desemprego, se toda gente abandonou o campo e se dirigiu para as cidades, onde só se vende e ninguém produz?", Interrogou-se.

O jurista António Damião Fiety defendeu a implementação de uma nova estratégia de combate à corrupção e à impunidade.

"A procuradoria-Geral da República está a fazer um trabalho excelente. Espero que o senhor Presidente da República, no seu discurso, volte a chamar a atenção sobre o combate à corrupção e impunidade, porque essas práticas ainda continuam", apelou.