A cerimónia foi presidida pela vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, que coordena a subcomissão de candidaturas da comissão nacional preparatória do VIII Congresso Ordinário do MPLA, que acontece entre 09 e 11 de Dezembro.

O presidente do partido é, para já, a única candidatura apresentada à sua própria sucessão, numa altura em que o militante do MPLA António Venâncio, que manifestou a sua pretensão em candidatar-se ao cargo, continua a referir que tem "enormes barreiras" na recolha de assinaturas nas províncias para apresentar na comissão das candidaturas.

António Francisco Venâncio, militante do MPLA há 48 anos, denunciou Domingo, 24, haver "bloqueio" ao processo de recolha de assinaturas para a sua candidatura por parte de indivíduos que considera "antidemocratas".

"Há muito silêncio, inexplicável, sobre isto tudo que estamos a ver ao nível do partido", afirma, salientando que "múltiplas candidaturas constituiriam também um feito inédito" no MPLA resultando daí um reforço da democracia interna.

Sem problemas decorreu, como era esperado, o processo de candidatura de João Lourenço.

"Foi um trabalho muito aturado. É verdade que ultrapassamos as exigências, uma vez que bastavam 100 assinaturas por província. Mas isto prova bem o trabalho que foi desenvolvido para recolher as subscrições a favor da candidatura do nosso candidato", assinalou Pedro Neto, mandatário do presidente do MPLA.

Segundo Pedro Neto, recolheram um número "muito grande" de subscrições - mais de 20 mil - e acredita que também no processo de eleição vai acontecer o mesmo, uma vez que o presidente João Lourenço tem "conhecimento, militância e, acima de tudo, um projecto inclusivo para melhorar as condições do País".

Refira-se que o processo de apresentação de candidaturas aos cargos de presidente, vice-presidente, secretário-geral e primeiros-secretários provinciais do MPLA iniciou, quarta-feira, 20, deste mês e termina a 06 de Novembro.

O coordenador da subcomissão de Mandatos da Comissão preparatória do VIII Congresso Ordinário do MPLA, Joaquim Migueis, informou que os candidatos a presidente do MPLA devem ter não menos que 15 anos de militância e apresentar até duas mil assinaturas, sendo que, destas, deverão constar, no mínimo, 100 de cada uma das 18 províncias, bem como uma Moção de Estratégia que contenha as ideias e propostas essenciais do pretendente, assim como as vias de aplicação do programa.

Joaquim Migueis deu a conhecer que serão aceites as candidaturas a presidente entregues 15 dias após a convocação do congresso, sendo que o processo encerra 45 dias antes da sua realização.

Neste sentido, frisou, a campanha eleitoral decorrerá de 23 de Novembro a 07 de Dezembro.

Em relação aos candidatos a vice-presidente, secretário-geral, primeiros secretários e presidente da comissão de Auditoria e Disciplina, disse que esses estão obrigados a ter, no mínimo, 10 anos de militância e a juntar até mil assinaturas.

As candidaturas podem ser remetidas à Comissão de Mandatos até cinco de Novembro e a notificação da sua validade até ao dia oito do mesmo mês.

Os primeiros secretários provinciais, cuja eleição deve ocorrer em conferências marcadas para cinco e seis de Novembro, devem ter no mínimo 10 anos de militância e reunir 50 assinaturas em cada um dos municípios da província para a qual concorre e programa com acções a implementar durante o mandato.

A apresentação da candidatura pode ser de iniciativa do militante, de grupo de militantes, da direcção do órgão ou organismo cessante, bem como de delegados ao congresso.

A campanha eleitoral só deve ocorrer no seio das estruturas partidárias e das suas organizações sociais, esgrimindo argumentos para a promoção da candidatura.

Joaquim Migueis informou que são elegíveis os cidadãos angolanos "em pleno gozo dos seus direitos civis e políticos, ser fiel e intransigente defensor dos ideais políticos do MPLA, patriota exemplar, activo, consequente, íntegro, honesto e dedicado às tarefas do partido, da Nação e do povo angolano, a par de boa capacidade organizativa, liderança e conduta moral e cívica aceitável".

Disse haver abertura para a apresentação de listas concorrentes e candidaturas individuais, merecendo todas tratamento igual. Da comuna ao nível nacional, a campanha eleitoral realiza-se por 15 dias, até 24 horas antes da conferência do respectivo escalão.