Mário de Oliveira, depois de tomar posse, na segunda-feira, pelo Presidente da República, em substituição de Manuel Homem, não só sublinhou que a comunicação social estatal vai estar "mais aberta à crítica" como acrescentou que a crítica "não assusta" o Governo da V Legislatura.

O novo responsável pela tutela da Comunicação Social estatal - TPA, RNA, Angop e Jornal de Angola - ou no universo do Estado - TV Zimbo, OPaís e Rádio Mais ou TV Palanca, depois de recuperados pelo Estado por terem sido adquiridos com dinheiros públicos - disse ainda que a crítica é "uma actividade que ajuda a melhorar quando é construtiva" e quem pretende o progresso ela é "sempre salutar".

A postura de parcialidade editorial dos media sob tutela estatal foi e é ainda hoje a principal crítica feita pela oposição dos principais partidos angolanos nestes últimos anos, com a UNITA, o maior partido da oposição, a bater nessa tecla desde 2008, quando tiveram lugar as primeiras eleições depois do fim do conflito armado, em 2002.

Recorde-se que, aquando da chegada de João Lourenço ao poder, com o então ministro João Melo, a comunicação social foi uma das áreas onde a sociedade angolana esperou maior evolução no sentido da abertura, o que efectivamente ocorreu nos primeiros dois anos, tendo, claramente, retrocedido na segunda metade do primeiro mandato do sucessor de José Eduardo dos Santos.

No entanto, Mário Oliveira, citado pela Lusa, fez questão de deixar um recado claro: "É preciso termos em atenção que não vai ser a comunicação social que vai organizar e produzir actividades para serem difundidas".

Diz o governante que "as organizações, de natureza política ou social, precisam de produzir actos que façam com que haja cobertura dos órgãos", respondeu à Lusa, quando questionado sobre alegada falta de contraditório nos órgãos públicos.

"E, então, neste sentido nós não temos qualquer questão, e dizer que a comunicação social continuará a ser uma comunicação para todos", assegurou.

Em declarações no Palácio Presidencial, em Luanda, onde foi empossado o novo Governo, Mário de Oliveira recordou que Angola teve, no mandato anterior, "subida significativa" no ranking da transparência na comunicação social.

"E essa subida é consequência da abertura que foi havendo durante a legislatura anterior, que é para continuar", prometeu.