"Se não forem respeitados os direitos que tenho como militante, irei solicitar a anulação do acto, o que está previsto nos estatutos do partido", afirmou António Venâncio, considerando que o Constitucional lhe dará razão.

António Francisco Venâncio, militante do MPLA há 48 anos, vem denunciando "bloqueios" ao processo de recolha de assinaturas para a sua candidatura por parte de indivíduos que considera "anti-democratas".

"Há muito silêncio, inexplicável, sobre isto tudo que estamos a ver ao nível do partido", afirmou no passado dia 24, salientando que "múltiplas candidaturas constituiriam também um feito inédito" no MPLA resultando daí um reforço da democracia interna.

O engenheiro que se propôs concorrer contra João Lourenço, actual presidente do partido e Chefe do Governo, reconhece falhas no sistema judicial angolano, mas disse esta sexta-feira estar confiante que terá "resposta positiva caso reclame das violações dos estatutos no VIII Congresso".

"Os estatutos prevêem a anulação do acto e os tribunais deste País, se olharem para a minha reclamação, vão dar-me razão por serem órgãos soberanos. Não temos medo de ir aos tribunais", assegurou.

António Venâncio realçou que ainda vai a tempo de fazer a entrega da sua candidatura, apesar de reconhecer obstruções à recolha das assinaturas necessárias.

Quanto aos apoios financeiros, o engenheiro disse estar a receber apoio de muitos militantes do partido, e reconheceu que recebeu 500 mil kwanzas, doados pela empresária Tchizé dos Santos, filha do ex-Presidente da República José Eduardo dos Santos.