Manuel Fernandes, que chega à liderança da CASA-CE substituindo André Mandes de Carvalho "Miau", admite que ocorreram "situações menos boas" no passado recente, mas apontado como certeza a ideia de que "a Coligação continua forme e com pernas para andar", numa clara resposta aos muitos comentadores que têm vindo a afirmar que esta força política tem os dias contados desde que Abel Chivukuvuko deixou a sua liderança, em 2019.

"Devo dizer que assumir a liderança da nossa coligação é algo que está entre os maiores desafios que já tive na minha vida, pelo menos enquanto político comprometido com a vida pública nacional, mas sobretudo com a melhoria das condições de vida do nosso povo", disse.

"Acetei o desafio por dever de missão e estou convencido de que, juntos, é possível reerguermos a CASA-CE, a fim de transpor barreiras e devolver o sonho de milhões de angolanos que acreditaram na terceira via", acrescentou.

E, apontando baterias ao MPLA e aos seus Governos desde 1975, sublinhou que não se podem aceitar as narrativas daqueles que pensam que são os únicos "enviados de Deus", para "governarem eternamente, mesmo sem satisfazerem os interesses dos governados".

"Devemo-nos preparar e abrir as portas a todos aqueles que entenderem fazer parte do nosso percurso de luta para uma Angola melhor, através deste instrumento político que é a CASA-CE", frisou, apelando para que "essa batalha conte com a envoltura mais abrangente da sociedade".

Para o substituto de André Mandes de Carvalho "Maiu", "os angolanos têm o direito de viver bem, pois Angola tem tudo para dar aos seus filhos para o bem-estar social".

"Independentemente de algumas situações menos boa que tivemos que enfrentar nos últimos tempos, há que dizer que a nossa Coligação continua firme e com pernas fortes para continuar a ser um grande defensor de causas e bem-estar do nosso povo", notou, garantindo que "a divisa da coligação continuará a ser a unidade na diversidade e o diálogo permanente".

Salientou que muitos desafios se impõem ao longo da sua liderança e vai trabalhar "incansavelmente", todos os dias para a "concretização dos objectivos que ambicionaram a curto, médio e longo prazo".

Anunciou que dentro de dias, com a abertura do ano político da Coligação, na província do Huambo, vão apresentar com os devidos pormenores as principais linhas de acção face aos objectivos traçados para o presente ano.

"Com todas as nossas forças, apostamos profundamente na revitalização contínua da nossa Coligação. A revitalização passará igualmente pelo alargamento e solidificação das nossas estruturas de base nos vários pontos do País", explicou, reconhecendo a forma como o ex-presidente da coligação André Mendes de Carvalho assumiu a coligação num momento difícil.

Recorde-se que o presidente da CASA-CE, terceiro partido mais votado em Angola, André Mendes de Carvalho "Miau", revelou sexta-feira, 5, que deixou a liderança da coligação, na sequência do pedido feito em carta pelo Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA), Partido Pacífico Angolano (PPA) e Partido Democrático para o Progresso de Aliança Nacional Angolana (PDP-ANA).

Ao anunciar a sua decisão numa conferência de imprensa, "Miau" disse sair com o sentimento de dever cumprido e, em resposta, ao pedido de partidos que o convidaram para assumir a liderança da CASA-CE em 2019, quando o fundador e antigo líder Abel Chivukuvuku foi afastado.

"Acho que naquilo que fui fazendo, embora algumas vezes incompreendido, tracei o caminho adequado para que a CASA-CE possa ter um bom resultado e preencher o espaço que vai da UNITA ao MPLA", afirmou "Miau.

A CASA-CE foi fundada em 2012 e é uma coligação de seis partidos políticos - Bloco Democrático (BD), Partido Pacífico Angolano (PPA), Partido Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola - Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA) e Partido Democrático Popular de Aliança Nacional de Angola (PDP-ANA).