A partir deste sábado, 7 de Maio, começa a contagem regressiva dos últimos 100 dias para a eleição de um novo Governo. Dentro de 100 dias, precisamente na segunda quinzena de Agosto, os angolanos vão decidir se renunciam ou se irão renovar o contrato social, assinado a 23 de Agosto de 2017, com o actual "inquilino" do Palácio da Colina de São José.

As acções do Presidente João Lourenço e do partido que suporta o seu Governo, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), serão alvo de avaliação por parte do poder popular, num sufrágio universal que a Constituição da República impõe que seja "livre, igual, directo e secreto".

O mandato de Lourenço foi marcado por avanços, recuos e contrastes. Há os que lhe dão crédito pela forma como fez do combate à corrupção a bandeira para o rigor na gestão dos recursos públicos e acabar com o monopólio no mercado. E há os que o criticam por ter feito da luta anticorrupção uma perseguição aos antigos homens de confiança do ex-Presidente Eduardo dos Santos e de ter "apadrinhado" o surgimento dos "Novos Donos Disto Tudo", uma referência aos grupos económicos que detêm o monopólio da contratação pública com o Estado, nomeadamente a Carrinho, Omatapalo, Gemcorp e Mitrelli.

Entre os prós, os contras e os indecisos, dentro de 100 dias, os cidadãos nacionais maiores de 18 anos, que se tenham registado, terão a oportunidade de escolher um novo Presidente ou apostar na continuidade. É assim que funcionam, pelo menos, as sociedades democráticas em que o poder representativo emana do povo.

Dentro de uma semana, por imposição da Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais, o Presidente da República deve auscultar a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e o Conselho da República e, posteriormente, convocar as eleições gerais. No máximo, à luz do artigo 112.º da Constituição, João Lourenço tem até o dia 29 deste mês para convocar as eleições. A convocação do pleito eleitoral deve ocorrer até 90 dias antes do termo do mandato do Presidente da República e dos representantes de todos os angolanos.

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