Em nota emitida hoje pela Casa Civil do Presidente da República, enviada aos media estatais, é explicado que esta decisão de João Lourenço tem como objectivo "reforçar, nalguns domínios, os instrumentos que garantam uma maior igualdade entre os concorrentes, sã concorrência, lisura e verdade eleitoral".

Na mesma nota, a casa Civil do PR adianta que João Lourenço promulgou a Lei de Alteração do Registo Eleitoral.

Esta nota foi divulgada no mesmo dia em que o maior partido da oposição, a UNITA, tinha anunciado uma marcha para o próximo Sábado, com o objectivo de exigir "eleições justas e transparentes".

A concentração está marcada para as 10:00 no Cemitério da Santa Ana.

O pedido da oposição a que o PR atendeu

A 02 de Setembro, os partidos da oposição já tinham feita uma declaração pública conjunta - UNITA, CASA-CE, PRS e deputados não integrados - onde pediam ao Presidente da República para não promulgar a Lei Orgânica das Eleições Gerais, logo após esta ter sido aprovada pela Assembleia Nacional, alegando que a sua promulgação iria a colocar em risco a paz, a estabilidade política e a credibilidade de Angola.

Em conferência de imprensa, no dia seguinte à votação no Parlamento, onde o MPLA aprovou esta lei sozinho, os partidos da oposição, como o Novo Jornal noticiou, vieram a público pedir a João Lourenço, em nome da paz, da estabilidade política, da verdadeira democracia e da credibilidade de Angola no mundo, para não promulgar esta Lei.

A UNITA, a CASA-CE, o PRS e os deputados independentes defendiam então que o Chefe de Estado "fizesse voltar esta Lei ao Parlamento, tal como fez com o Código Penal, para se expurgar dela tudo o que atenta à transparência eleitoral".