O "estado de coisas" a que o País chegou, com maior resquício para a corrupção e impunidade, terá sido gerado por um sentimento de receio de fragilização do partido no poder, o MPLA, afirma Benja Satula, director do Centro de Investigação do Direito (CID) da Universidade Católica de Angola (UCAN).

Em declarações durante a conferência "O Estado (da Arte) da Nação", promovida, nesta semana, em Luanda, pela instituição que dirige, o jurista observa que esta "cumplicidade do mal" é que levou a que alguns comportamentos políticos fossem "kafricados".

"Durante muito tempo, tenho dito, até do ponto de vista jurídico, que o estado de coisas a que chegámos foi, muitas vezes, tolerado pelo receio de fragilizar o partido no poder, ou seja, ministros que faziam uma dilapidação do património, gestores que faziam uma gestão danosa... mas o receio fundamental era de que, quanto mais responsabilização criminal ou disciplinar aos "nossos", mais frágeis nos tornamos. Isso criou uma cumplicidade do mal, e essa cumplicidade claramente fez que determinados comportamentos políticos fossem kafricados, e, uma vez kafricados, obviamente o Xico Esperto é que acaba por fazer que as suas ideias apareçam", refere o conhecido advogado.

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