Pedro Sebastião fez saber que o que estava combinado era proceder à entrega dos restos mortais de Savimbi no Andulo, para onde a urna seguiu a partir do Luena, no Moxico, enquanto o presidente da UNITA, Isaías Samakuva, e a restante comitiva, incluindo os jornalistas escolhidos pelo partido, e os familiares de Jonas Savimbi, se deslocaram para o aeroporto do Kuito, onde aguardaram o dia inteiro em vão.

Face ao impasse, com o Governo a levar a urna com os restos mortais de Savimbi para o Andulo, e a UNITA a exigir recebê-los no Kuito, o ministro de Estado, Pedro Sebastião, garantiu não haver problema porque se os familiares e a direcção do partido não se deslocassem ao Andulo, a urna será entregue a um fiel depositário.

"Caso a UNITA não receba os restos mortais, estes serão confiados à guarda de um oficial de uma unidade militar mais próxima, até que a família e o partido os vão resgatar", disse Pedro Sebastião em conferência de imprensa, citado pela Angop.

Pedro Sebastião acusou mesmo a UNITA de ter um outro programa paralelo, que, segundo disse, não vai ser cumprido.

Versão completamente diferente tem a UNITA, que garante que o Governo angolano quer agora entregar os restos mortais do líder fundador do partido à família e a direcção da UNITA no município de Andulo, província do Bié, mas o que estava delineado era que essa entrega teria lugar no Kuito.

"Mais tarde o Governo que pouco ou nada comunicava sobre o processo das exéquias, mudou para o Kuito como local para a entrega dos restos mortais do Savimbi à família e ao Partido", diz a UNITA.

Segundo o principal partido da posição, a família de Jonas Malheiro Savimbi, o Presidente da UNITA, Isaías Samakuva e demais membros da direcção do Partido, militantes, simpatizantes e amigos do líder histórico encontram-se na cidade do Kuito, desde as primeiras horas desta terça-feira para o previsto programa de entrega dos restos mortais.

"Curiosamente, o curso dos acontecimentos parece terem tomado outro rumo com a chegada ao Kuito do ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, que veio com o programa de fazer entrega no Andulo e não mais no Kuito como se previa antes", esclarece a UNITA.

Refere ainda que, após ter chegado, Pedro Sebastião embarcou no helicóptero e rumou ao Andulo, deixando os filhos de Savimbi e o presidente e restante comitiva da UNITA no aeroporto.

Falando a jornalistas na cidade do Kuito, o Presidente da UNITA, Isaías Samakuva, apontou a falta de diálogo da parte do governo, como grande problema que enfermou o processo.

Considerou falta de respeito a postura do Executivo e exigiu respeito pelos restos mortais de Jonas Malheiro Savimbi.

"O nosso Presidente fundador merece respeito", afirmou Isaías Samakuva para quem enquanto o corpo não chega ao Kuito, a direcção da UNITA, os quadros e militantes ficam nesta cidade ao lado dos filhos de Jonas Savimbi.

Apesar de neste momento ser impossível garantir quando é que os restos mortais de Jonas Savimbi vão ser sepultados em definitivo no Lopitanga, a sua terra natal, a data de 01 de Junho mantém-se inalterada na perspectiva da UNITA.

Até porque Isaías Samakuva já disse, numa declaração dirigida aos milhares de militantes que estão no aeroporto do Kuito, que a comitiva vai amanhã, quarta-feira, ao Andulo resgatar a urna com os restos mortais do fundador do partido, voltando depois ao Huambo.

E é da cidade do Huambo que vai sair, cumprindo o programa que estava estabelecido, em direcção ao Kuito, onde ficará uma noite a ser velado, saindo na quinta-feira para o Andulo, onde permanecerá igualmente uma noite, seguindo, depois, já na sexta-feira, para Lopitanga, sua terra natal, onde serão sepultados os restos mortais de Savimbi depois de um velório, no Sábado, 01 de Junho.