"Se o Governo havia afirmado que os restos mortais do antigo líder da UNITA, Jonas Savimbi, serão exumados sem honras de Estado, agora com a data definida porque é que querem alterar o calendário já definido pela comissão das exéquias constituída entre o Executivo e a UNITA?", questionou o vice-presidente da UNITA em declarações ao NJOnline.

Segundo Raúl Danda, os dirigentes do MPLA ainda têm "muitas dificuldades" para se adaptarem ao processo de reconciliação nacional em curso no País.

"O presidente Samakuva está em contacto com o Presidente da República, João Lourenço, para analisar esta situação. Com as condições já criadas, não é possível que o Governo venha na última hora criar embaraços", lamentou Raul Danda.

Ao NJOnline, o porta-voz da presidência da UNITA, Lourenço Bento, disse que "o Governo de Angola pretendia trazer, esta segunda-feira, 27 de Maio de 2019, os restos mortais do presidente fundador da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, do Luena para o Kuito, sem o consentimento da família e da UNITA".

"Este comportamento visa sabotar o programa fúnebre elaborado pela UNITA. O Governo quer impor a sua vontade, que altera completamente o cronograma estabelecido pela direcção do Partido para o enterro condigno de Jonas Savimbi", disse Lourenço Bento.

O programa inicialmente acertado indicava que nesta terça-feira (28), a Casa de Segurança faria a entrega formal dos restos morais de Savimbi, à família e à UNITA, na cidade do Luena, depois a urna faria uma curta passagem pelo Secretariado do partido no Moxico, rumando depois para o Bié.

No programa que o Governo agora impõe, segundo a UNITA, é estabelecido que a entrega dos restos mortais do fundador da UNITA serão entregues directamente na vila do Andulo, para que seja enterrado na quarta-feira (29).

"O Governo impõe ainda que o enterro deve terminar antes das 14 horas, alegando que é a hora a que o avião deve regressar a Luanda com as pessoas", esclarece a UNITA.