Dos 128 países analisados para a elaboração do Índice do Progresso Social (IPS) 2017, Angola é um dos quatro piores, ocupando o lugar 125 da lista, liderada pela Dinamarca. Pior do que o desempenho angolano só mesmo o do Chade, Afeganistão e República Centro-Africana, que surgem, respectivamente, nas posições 126, 127 e 128 do ranking.
No fundo da tabela - reservado para os estados com um nível "muito baixo" de progresso social - surgem ainda o Iémen (122), a Guiné-Conacry (123) e o Niger (124), indicam os resultados do IPS, divulgados ontem, 21.
Fruto de uma colaboração entre académicos e empresas, incluindo, por exemplo, a firma de auditoria Deloitte, o Índice é produzido pela associação sem fins lucrativos Social Progress Imperative - baseada em Washington, nos EUA -, com base no princípio de que o progresso social é mais importante do que o Produto Interno Bruto (PIB), devendo os países ser analisados para além da sua riqueza.
Por isso, apesar de apresentarem o mesmo PIB anual per capita - 6.938 dólares -, Angola e Filipinas ocupam posições tão diferentes na classificação: os angolanos estão em 125.º lugar, os filipinos em 68.º.
A distância mede-se por uma série de indicadores de qualidade de vida, nomeadamente o gozo de liberdades e direitos individuais, o acesso a um nível avançado de Educação, cuidados de Saúde, água e saneamento básico e Habitação.
A ponderação das múltiplas variáveis - agrupadas em necessidades básicas, medidas de bem-estar e acesso a oportunidades - não só deixa Angola mal na fotografia como alerta para um recuo mundial em termos de desempenho social.
"Milhões de pessoas em todo o globo enfrentam um vergonhoso retrocesso das suas liberdades, mais violência e injustiça e uma flagrante discriminação e exclusão das oportunidades mais significativas da vida", alerta Michael Green, presidente da Social Progress Imperative.