Os antigos bolseiros acusam a direcção de ensino do Estado-Maior General (EMG) de estar a "agir de má fé" por estar apenas a liquidar as dívidas aos ex-bolseiros finalistas vindo da Rússia ignorando os de Cuba.

Os oficiais militares, que se encontram no País desde Novembro de 2020, asseguram que, dos contactos mantidos com a direcção do ensino do Estado-Maior General das FAA, não têm obtido respostas minimamente satisfatórias.

Ao Novo Jornal, um grupo de antigos bolseiros dos três ramos das Forças Armadas Angolanas, na República de Cuba, solicitando anonimato com medo de represália, denunciou o facto, alegando injustiças que "não têm explicação razoável".

"Somos oficias das Forças Armadas Angolanas (FAA), graduados no ano de 2020, nas distintas academias militares de Cuba. Estamos indignados com a actual situação que vivemos pelo facto de o Estado-Maior General (EMG) não efectuar os pagamentos das dívidas quando ainda estávamos em formação", dizem os visados.

Segundo os militares, a direcção de ensino e finanças do EMG deixou de pagar os subsídios de bolsa em Junho de 2020.

Entretanto ocorreram contactos e chegaram mesmo a ser reunidos as informações bancárias dos bolseiros em questão.

"Contudo, inverteram depois as coisas. Disseram que fariam os pagamentos dos subsídios de 1 a 10 de Outubro, o que não aconteceu. Apenas pagaram os que continuam em formação no exterior e aos ex-bolseiros da Rússia", explicaram.

"Se todos fizemos parte do mesmo grupo das FAA, mandados para o exterior, porque agora só pagam aos colegas que vieram da Rússia?", interrogam-se os bolseiros finalistas de Cuba.

Segundo os visados, sempre que se deslocam à direcção do ensino para obterem informações, a respostas que lhes são passadas não são satisfatórias.

Sobre o assunto, o Novo Jornal contactou o capitão Muinza Mateus, da direcção de ensino, para área financeira, do Estado-Maior General, mas este recusou prestar esclarecimentos por não estar autorizado.