Um episódio com resquícios de uma morte anunciada. No dia 07 de Junho último, Odete Cambala Cruz bateu às portas, via e-mail, do Consulado de Angola na metrópole de São Paulo, Brasil, para se queixar de ameaças e obstáculos à sua mobilidade impostos pelo ex-marido, o francês Jean-Luc Orsoni, com passagens pelos serviços diplomáticos do seu país. Um mês depois, precisamente a 07 de Julho (quarta-feira), a angolana, de 36 anos, é encontrada morta em casa, sem sinais de violência aparente, com o filho de 11 meses, que se encontrava fragilizado. Passavam-se dois dias sem comunicação. Num processo contestado, o ex-marido socorre-se da tutela dos filhos menores para chamar para si, patrocinado por uma decisão de primeira instância, o enterro de Odete, contra todas as expectativas do Consulado angolano naquele Estado, que, agora, procura, numa intensa frente judicial, dar a volta ao processo e garantir que o corpo da jovem seja exumado e se inicie um rigoroso processo de investigação para apurar as reais razões que estiveram na base da morte.

Karina Lopes é a advogada que dá a cara pelo processo em nome do Consulado de Angola em São Paulo. Numa extensa e reveladora conversa com o NJ, a advogada brasileira, discorrendo sobre as várias zonas cinzentas do processo, aponta o dedo acusador ao juiz de primeira instância, a quem terá faltado "prudência" e destilado "excesso" ao atribuir ao ex-companheiro de Odete responsabilidades para o enterro da jovem, ocorrido na localidade de São José dos Campos.

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