Os angolanos parecem estar finalmente a ceder à vacinação e a vontade do Governo de imunizar 60% da população até final do ano pode, finalmente, ter pés para andar.

Isto, a julgar pelas longas filas que se têm verificado nos últimos dias, sobretudo após o anúncio da obrigatoriedade da vacinação dos funcionários públicos e prestadores de serviços públicos até ao dia 15 de Outubro, data a partir da qual só com o certificado de vacinação ou teste negativo terão acesso aos locais de trabalho, e de o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República ter declarado que vai passar a ser sorteado todos os meses um electrodoméstico para atribuir a pessoas vacinadas,

Também como forma de atrair a população aos centros de vacinação, o Governo anunciou, no dia 31 de Agosto, que será atribuído um automóvel, sorteado aleatoriamente, entre todos os cidadãos que se vacinem até 31 de Dezembro.

Angola conta com uma taxa de vacinação de, aproximadamente, 3,7% da população, cerca de 1,2 milhões, números que estão muito longe dos 7,8 milhões de habitantes maiores de 18 anos que o Governo quer vacinar.

O País já gastou, neste esforço pedido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 200 milhões de dólares, com a compra de 10 milhões de doses da vacina chinesa Sinopharm (88 milhões USD) e de seis milhões de doses da russa Sputnick (111 milhões USD), mas continua a pertencer à lista dos que, em África, menos vacinou.

O continente contabiliza 214.160 óbitos desde o início da pandemia, e, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o total acumulado de casos de infecção é agora de 8.387.602, enquanto o de recuperados é de 7.740.533.

A África Austral continua a ser a região mais afectada, com 3.903.604 casos e 110.224 óbitos. A liderar esta lista está a África do Sul, com 2.912.145 casos e 88.317 mortes.

O Norte de África, que vem a seguir à África Austral nos números da covid-19, atingiu hoje 2.550.372 infecções e 68.662 mortes.

A África Oriental totaliza 1.028.550 infecções e 22.070 mortos, e a região da África Ocidental regista 653.553 casos de contágio e 9.688 mortes. A África Central está no fim da tabela, com menos casos de infecção e de mortes (251.523 e 3.516, respectivamente).

A Tunísia, o segundo país africano com mais vítimas mortais a seguir à África do Sul, regista 25.028 mortes e 709.834 infectados. Segue-se o Egipto, com 17.695 óbitos e 312.413 casos, e Marrocos, com 939.187 contágios, mas menos mortes do que os dois primeiros países mencionados (14.457 óbitos).

Entre os países mais afectados estão também a Etiópia, com 5.990 vítimas mortais e 354.476 infecções, a Argélia, com 5.853 óbitos e 204.597 pessoas infectadas, e o Quénia, com 5.179 mortes associadas à doença e 251.152 contágios acumulados.

No que diz respeito aos países de língua oficial portuguesa, Moçambique regista 1.922 mortes associadas à doença e 150.985 infectados acumulados desde o início da pandemia. A seguir vêm Angola (1.622 óbitos e 61.378 casos), Cabo Verde (346 mortes e 37.888 infecções), Guiné Equatorial (154 óbitos e 12.657 casos), Guiné-Bissau (141 mortos e 6.119 infectados) e São Tomé e Príncipe (56 óbitos e 3.613 infecções).