A informação foi avançada pelo porta-voz do Ministério do Interior (MININT), subcomissário Valdemar José, durante um balanço da actividade operacional durante o estado de emergência.

De acordo com o subcomissário, a PN continua "a verificar muita resistência por parte de cidadãos e de comerciantes", o que aumentou o número de detenções.

O porta-voz do MININT transmitiu que foram igualmente apreendidas 74 viaturas que ultrapassaram o limite de passageiros permitido, das quais 33 em Luanda, bem como 415 moto-táxis, cuja circulação está proibida neste período.

Foram ainda fechados dez mercados informais em Luanda, e impedidos armazéns e empresas de funcionar enquanto vigora o estado de emergência.

"Muitos perguntam porque não fechámos tudo, porque infelizmente em Angola ainda temos famílias que sobrevivem da sua saída diária, se não morrerem da Covid, poderão morrer de fome", destacou.

"Tem de haver um equilíbrio", defendeu o subcomissário, lamentando alguns actos e uso de força excessiva por parte de alguns polícias, em particular agressões numa esquadra, garantindo que "não há qualquer encobrimento das autoridades, e adiantando que o comandante da esquadra e alguns efectivos foram detidos.

Valdemar José voltou a chamar a atenção para a grande quantidade de chamadas inválidas para o número de emergência 111, incluindo muitas feitas por crianças.

O Presidente da República anunciou, a 25 de Março, a declaração do estado de emergência como ferramenta legal para lutar contra a pandemia do novo coronavírus Covid-19 em Angola, estando agora disponíveis um conjunto de medidas extraordinárias como, por exemplo, o recurso às forças de segurança para obrigar as pessoas a não deixarem as suas casas ou ainda a requisição de serviços prestados por entidades privadas.

O estado de emergência entrou em vigor às 00:00 de 27 de Março e dura até 11 de Abril.