Nas últimas horas, a contabilidade da pandemia por Covid-19 foi actualizada em dois casos, passando a sete, com duas mortes em consequência do novo coronavírus.

Sílvia Lutucuta, enquanto porta-voz da comissão interminesterial do Executivo de João Lourenço para lidar com a Covid-19, actualizou em conferência de imprensa os dados relativos à pandemia, durante o balanço diário dos números da doença no País.

As vítimas mortais, anunciou a ministra, são dois cidadãos angolanos: Um homem de 59 anos, regressado no dia 12 a Angola, e outro, de 37 anos, regressado a Angola no dia 13 de Março.

Nesta conferência de imprensa, a ministra avisou que se as medidas incorporadas no estado de emergência que vigora no País desde as 00:00 de 27 deste mês não forem integralmente cumpridas, existe um risco sério de, nos próximos 15 dias, "ocorrer um aumento rápido de casos", porque se actualmente apenas existem casos importados, esta situação pode ser alterada e começar a circular na comunidade.

Sílvia Lutucuta lançou mais um apelo veemente para que as pessoas fiquem em casa porque "o país está em quarentena domiciliar", e "é fundamental começar o isolamento, com todos a cumprir" e, ao mesmo tempo, fazer o rastreio em grande escala dos casos suspeitos de forma a isolá-los para fechar o mais possível a cadeia de transmissão.

Se estas regras não forem cumpridas, garantiu que as medidas em curso vão ser agravadas de forma a garantir que não voltam a ser desrespeitadas.

Em Angola, existe "uma carga importante de doenças infecciosas endémicas", pelo que não se sabe como será o comportamento da covid-19 em conjugação com outros problemas, como a malária, malnutrição ou tuberculose, salientou.

Lutucuta informou ainda que o caso de Angola, tal como outros países africanos, com outras doenças infecciosas em grande número, está a ser estudado para averiguar como se comporta este vírus neste contexto, porque este não é o mesmo em todas as geografias.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos, mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) organizou um guia essencial sobre o coronavírus/Covid-19 que pode ver aqui.