O falso funcionário do Tribunal da Comarca de Luanda, em prisão preventiva, medida de coacção mais gravosa, aplicada pelo magistrado do Ministério Público (MP) junto do SIC-geral, é reincidente nestas práticas de crime. Ao que o Novo Jornal apurou, o homem já esteve detido em 2018, por falsificação de documentos e burla por defraudação, utilizando os mesmos métodos

"A detenção ocorreu no momento em que o referido cidadão, fazendo-se passar por funcionário do Tribunal da Comarca de Luanda, se preparava para receber 400 mil Kwanzas de uma cidadã na forma de caução do seu esposo, arguido preso, no âmbito de um processo-crime que corre trâmites naquela comarca", disse ao Novo Jornal o director do gabinete de comunicação institucional e imprensa do SIC-Geral, Manuel Halaiwa.

De acordo com o responsável pela comunicação do SIC-Geral, após diligencias feitas, apurou-se que o acusado já havia recebido das mãos de uma outra cidadã, 200 mil Kwanzas, sendo 50 mil em cash e o restante por transferência bancaria em conta de um terceiro, "com o propósito de efectuar a soltura de um familiar da lesada".

No mesmo período segundo Manuel Halaiwa, o SIC-Geral, deteve igualmente dois cidadãos nacionais, ambos, com 26 anos, sendo um enfermeiro com grau de subchefe do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB) e o outro com a função de agente comunitário da associação JUCARETE.

Ambos acusados de terem emitido fraudulentamente credenciais para registos e posteriormente procederem à emissão de certificados digitais de vacinação contra à Covid-19, nos postos onde estavam designados.

"Das investigações feitas pelo SIC-Geral, apurou-se que os indivíduos aproveitaram-se da sua posição para inserir, desde o princípio do mês de Setembro, no sistema informático, nome de diversos cidadãos, entre familiares, amigos e de alguns expatriados sobretudo de nacionalidade libanesa", explicou, salientando que em posse dos acusado a quando das suas detenções, foram encontrados vários documentos desta fraude e apreendidos como meios de prova.