Oito em cada 10 instituições públicas não pagam contas de consumo de energia eléctrica à Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE). A revelação ao Novo Jornal foi feita pelo Departamento Comercial da referida instituição.

A ENDE informa que, num universo de 4.200 locais de consumo pertencentes a instituições públicas inseridas na sua base de dados, 3.486 delas (83%) pagam com "enormes irregularidades" as contas de luz, enquanto outras 714 (17%) só o fazem após a aplicação de medidas coercivas como o corte de electricidade. Até Dezembro do ano passado, a dívida dessas instituições estava avaliada em mais de 24 mil milhões de kwanzas.

De acordo com a ENDE, a estratégia para a recuperação da dívida nas instituições públicas, para além da negociação, passa pela facilitação das formas de pagamento por via de prestações. Noutros casos, a empresa remete cópias de processos das dívidas aos ministérios de tutela e ao Ministério das Finanças (MINFIN), uma vez que são as unidades que recebem anualmente verbas para o pagamento desses serviços. Já nos casos mais extremos, explica o Departamento Comercial, recorre-se ao corte do fornecimento de energia.

Devido às elevadas dívidas e perdas comerciais, a empresa alega ter dificuldades para cobrir os custos operacionais, inibindo, assim, os investimentos para o alargamento da rede de distribuição, no sentido de beneficiar mais cidadãos que carecem do produto.

"A ENDE está no fim da cadeia de negócios, logo, se não houver arrecadação de receitas suficientes que alimentem a cadeia de valores, a empresa ficará afectada negativamente na fiabilidade e regularidade no fornecimento de energia eléctrica, o que condiciona a adesão de novos clientes", explica o Departamento Comercial.

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