Ao NJOnline, a directora municipal da Educação de Viana, Madalena da Costa Massocolo, confirmou o encerramento da escola, garantindo que os alunos foram redistribuídos por outras escolas e afirmando não perceber o surgimento do número de alunos avançado pelos pais e encarregados.

Todo começou em Abril de 2019, após o muro da escola 5060 ter caído devido às fortes chuvas que se abaterem sobre Viana, deixando o edifício completamente inundado. A Delegação Municipal da Educação de Viana distribuiu então os estudantes por três escolas daquele bairro, com a promessa de resolver a situação que preocupava os pais e encarregados de educação (as inundações) no período de 90 dias.

Em declarações ao NJOnline, Sebastião Moisés, presidente da subcomissão de pais e encarregados de educação da escola 5065, explicou que os alunos terminaram o ano lectivo de 2019 com muitas dificuldades, que vários acidentes aconteceram na travessia das crianças, e que houve grandes insucessos no processo de aprendizagem devido ao horário triplo que os pequenos tinham de cumprir.

Após vários contactos com a Delegação Municipal da Educação, a Administração Municipal de Viana e o Governo Provincial de Luanda (GPL), todos sem sucesso, para darem conta da necessidade de se reparar o morro desabado que provocava as inundações devido a uma vala aberta que passa por detrás da escola, os responsáveis dos alunos decidiram, em reunião de pais e encarregados de educação, ocorrida no mês de Novembro último, ser eles próprios a tratar da reparação da escola, contou o presidente da subcomissão de pais.

Foi assim que mais de 800 encarregados que têm os filhos a estudar naquele estabelecimento de ensino uniram forças e contribuíram, voluntariamente, com três mil kwanzas cada um, o que totalizou mais de 2,6 milhões de kwanzas, optando por contratar homens e meios para a construção dos 33 metros do muro desabado e de uma rampa no portão principal da escola.

Segundo Sebastião Moisés, os 33 metros do muro que foi reconstruído têm as bases sólidas arranjadas para suportar todo o tipo de enxurradas.

"Tivemos aqui técnicos de construção que atestaram a qualidade da obra. E fizemos também a reparação da canalização da escola, colocámos novos materiais na casa de banho, e a escola está pronta para voltar a funcionar", contou.

"Estranhamente, a directora municipal da Educação de Viana, Madalena da Costa Massocolo, enviou ao terreno uma equipa da fiscalização para inviabilizar os trabalhos da conclusão da obra", prosseguiu o responsável da subcomissão de pais, explicando que apenas faltava rebocar e pintar.No fim dos trabalhos possíveis, os pais e encarregados de educação informaram a Delegação Municipal da Educação, a Administração Municipal de Viana e o Governo Provincial de Luanda que a escola 5065 estava pronta para receber os alunos, mas não receberam qualquer resposta.

Os encarregados de educação afirmaram ainda ao NJOnline que no acto das confirmações de matrículas foram informados que os alunos voltariam a estudar esse ano na escola 5065, pelo que ficaram a aguardar.

Inesperadamente, relataram os encarregados, tão logo se deu abertura do ano lectivo 2020, não apareceu nenhum membro da direcção da escola e foram informados que o estabelecimento de ensino não iria funcionar neste ano lectivo.

"Os estudantes não estão confirmados nas escolas onde tinham sido distribuídos no ano passado e ainda não estão a estudar. E não sabemos se vão estudar", explicaram.

A situação está a preocupar os pais e encarregados de educação, que pedem esclarecimentos à Direcção Municipal da Educação de Viana o mais breve possível.

Sobre este assunto, a directora Municipal da Educação de Viana, Madalena da Costa Massocolo, confirmou o enceramento do estabelecimento, por questões técnicas, e disse que os alunos foram reencaminhados para outras escolas.

Sem avançar mais pormenores, por força da sua agenda de trabalho, a directora prometeu ao NJOnline prestar todo o esclarecimento, sobre o assunto esta segunda-feira.