"Nesta altura os trabalhos estão na ordem dos 70 por cento de execução. Foi colocada uma nova conduta de 110 milímetros, a previsão para a conclusão é dentro desta primeira quinzena", assegurou Vladimir Bernardo.

Segundo o porta-voz da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL), a conduta que está a ser colocada será exclusivamente para o hospital e não irá passar pelo interior do bairro para evitar que seja vandalizada, como ocorreu com a primeira.

"O objectivo é que o hospital deixe de receber água fornecida por camiões cisternas, que a unidade de saúde tem vindo a receber com muita dificuldade", afirmou.

Vladimir Bernardo disse, por outro lado, que a nova conduta que vai fornecer água ao Hospital do Kapalanga será a partir do Centro de Distribuição do Pólo Industrial de Viana, com uma ligação a uma existente a cerca de 1.500 metros do hospital.

Questionado se a mesma não corre o risco de vir a ser vandalizada, como aconteceu com a anterior, Vladimir Bernardo explicou que a nova conduta é colocada num ponto que não irá permitir que se faça o "garimpo".

Segundo o responsável, a conduta que levava água ao hospital só foi vandalizada porque atravessa o interior do bairro Kapalanga e os moradores foram fazendo ligações clandestinas na calada da noite.

Quanto à conduta vandalizada, Vladimir Bernardo disse que a Empresa Pública de Águas de Luanda vai levar a cabo uma acção de desactivação destas ligações que prejudicaram o sistema de fornecimento de água aos fontanários do interior do bairro.

"Em função dessas ligações, a água também não tem chegado aos chafarizes. Por isso vamos desactivá-las, apesar de haver resistência dos moradores, para que possa permitir ter pressão para os chafarizes e não beneficiar apenas um grupo restrito de pessoas", explicou.

Em 2020, prossegue, no terceiro trimestre do ano, a EPAL tentou desactivar muitas dessas ligações e os moradores insurgiram-se contra a equipa de técnicos e as forças da ordem que acompanhavam os trabalhos, mas houve um recuo por conta da pandemia da Covid-19.

"Este ano vamos voltar a fazer as desactivações destas ligações, porque, para além do hospital, também os chafarizes que abastecem as populações ficaram sem água", contou.

Vladimir Bernardo disse ainda que a EPAL tem um plano que visa o fornecimento de água potável ao bairro Kapalanga, que passa pela construção de um centro de distribuição, que só não arrancou ainda por falta de financiamento.

O director-geral do Hospital de Kapalanga, Luís Domingos, confirmou, ao Novo Jornal, o avanço dos trabalhos naquela unidade hospitalar, que segundo ele estão a decorrer a bom ritmo.

De lembrar que o Hospital Municipal do Kapalanga está sem água há nove meses porque os moradores nas imediações fizeram centenas de ligações "pirata", impedindo o fluxo normal para esta unidade de saúde essencial para milhares de pessoas que habitam em Viana e noutros municípios de Luanda, como noticiou o Novo Jornal no passado dia 10 de Janeiro.