Estas organizações da sociedade civil "condenam todo o tipo de práticas ilegais, sejam elas de autoria de pessoas de direito privado ou de autoridades públicas, por serem todas elas contrárias à lei".

As ONG lembram que os direitos fundamentais "devem ser exercidos pelos seus titulares, cabendo às autoridades criar condições para que os cidadãos os exerçam nos marcos da lei".

A AJPD, ACC, ANO e OMUNGA "condenam" igualmente a "contextualização e o tratamento dos factos difundidos pelos órgãos públicos, recorrentes das velhas práticas de classificar todas as manifestações pacíficas contra o Governo como sendo actos de pura rebelião contra os poderes instituídos, numa inversão dos valores de uma verdadeira democracia".

"Toda a orquestração exibida pelos órgãos de comunicação social públicos faz parte de uma velha cartilha autoritária, como por exemplo, a campanha que visou fazer crer que a FNLA [Frente Nacional para a Libertação de Angola] comia pessoas", lê-se na subscrição.

As associações criticam também "o olhar silencioso" da Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (ERCA).

"Criar no seio dos cidadãos a ideia de que a greve dos taxistas perseguiu fins inconfessos e contrários aos fins a que os promotores se propuseram constitui também outro propósito da "campanha dos órgãos públicos de comunicação" públicos, referem ainda as associações, que chamam a atenção da comunidade nacional e internacional depois de terem tomado conhecido de denúncias de "maus-tratos" a que estão sujeitos vários cidadãos detidos pela PN, na sequência dos actos de vandalismo.

As ONG "exigem" aos órgãos de justiça, sobretudo aos tribunais, o "exercício do poder judicial apenas de acordo com a lei".

Estas organizações acreditam também que os actos de 10 de janeiro "têm, seguramente, responsáveis e estes devem ser responsabilizados pelos seus actos se for provada a sua autoria".

Os actos de vandalismo praticados na segunda-feira foram condenados e repudiados pelas associações de taxistas que convocaram a greve, pelo Governo, pelo MPLA e pela UNITA, principal partido da oposição, que foi acusado pelo partido do poder de estar por detrás dos incidentes.