Como se esperava, os testes realizados aos restos mortais exumados a 31 de Janeiro deste ano em laboratórios de Portugal, África do Sul e nacionais, confirmam que Jonas Savimbi foi efectivamente sepultado no cemitério do Luena, após a sua morte em combate, em 2002.

Em conferência de imprensa onde estiveram, para além de membros do Governo, familiares de Jonas Savimbi, de representantes da UNITA e dos laboratórios envolvidos nestes testes, ficou claro que estão agora criadas as condições para que os restos mortais de Jonas Malheiro Savimbi sejam agora entregues à família numa cerimónia agendada para o próxima dia 28, no Luena, Moxico, como o NJOnline já noticiou.

A UNITA avançou, entretanto, em conferência de imprensa do seu presidente, Isaías Samakuva, que as cerimónias que agora se seguem, que vão concluir o processo da transladação dos restos mortais de Savimbi para a sua terra natal, incluindo todas as cerimónias e momentros, vão custar cerca de 500 milhões de kwanzas, englobando a totalidade dos custos imputáveis a este momento histórico para o partido do "Galo Negro".

Para os arrecadar, o partido está a contar com as contribuições da sociedade angolana e militantes, tendo, para já, somados 80 milhões para o efeito, o que Samakuva considera muito pouco para as necessidades.

"A partir de 21 de Maio vamos, na UNITA, observar um período de luto de 30 dias em todo o território nacional, devendo a bandeira do partido ficar a meia haste em todas as suas instalações", disse Isaías Samakuva.

As amostras para a realização de testes laboratoriais para confirmar que Jonas Savimbi foi sepultado no Luena, Moxico, em 2002, após ter sido abatido em combate, foram colhidas a 31 de Janeiro deste ano e enviadas para laboratórios da África do Sul e Portugal, tendo outra amostra sido analisada em Angola, esperando-se que a 25 de Fevereiro já fosse conhecido o resultado obtido a partir do cruzamento dos dados oriundos destes três laboratórios.

A UNITA tem em cima da mesa um conjunto de acções previstas para engrandecer estas cerimónias, para as quais espera milhares de pessoas a rumar a Lupitanga, a terra natal do seu líder histórico, cumprindo um desígnio manifestado em vida por Savimbi.

Para além dos muitos milhares de angolanos, o partido do "Galo Negro" aguarda igualmente algumas centenas de pessoas vindas do estrangeiro, nomeadamente de África e da Europa.

Para isso, no âmbito da Comissão Multissectorial para o Processo de Exumação, Transladação e Inumação, foram feitos esforços no sentido de melhorar os acessos a Lupitanga, bastante danificados pelas chuvas ao longo dos últimos anos e ainda criar um mínimo de condições de acolhimento tanto no interior como nas imediações de pequeno cemitério.

Foi ainda definido um calendário e uma estratégia para realizar os fundos para custear o programa, para o qual a UNITA pediu colaborações dos seus dirigentes e da sociedade angolana, incluindo o Estado, nomeadamente a construção do túmulo de Savimbi.

Todo este procedimento, nomeadamente a construção do túmulo, que familiares e o partido querem que tenha a dignidade que o histórico líder e fundador deve ter, poderá agora contribuir para alguns atrasos na conclusão deste processo de transladação dos restos mortais de Savimbi.