A Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO) condenou de forma veemente o assassinato de 42 pessoas na localidade de Beni, Kivu-Norte, por milícias rebeldes ugandesas que operam em território congolês.
Os ataques dos rebeldes da Aliança das Forças Democráticas (ADF) tiveram lugar poucas horas depois de o Presidente da RDC, Joseph Kabila, ter feito um périplo pela região congolesa do Kivu-Norte, que faz fronteira com o Uganda e com o Ruanda.
As mortes de civis, na maior parte das vezes em comunidades rurais, são frequentes no Leste da RDC, principalmente perpetradas pela ADF, de origem ugandesa, e pela Frente Democrática de Libertação do Ruanda (FDLR).
O Governo de Kinshasa, depois deste massacre, decretou três dias de luto nacional, avançou a imprensa congolesa-democrática.
Depois de condenar os ataques da ADF, a MONUSCO, que tem na RDC uma das mais dispendiosas missões no Mundo, contando com unidades armadas que protagonizam a vigilância e missões de combate aos rebeldes conjuntas com as Forças Armadas da RDC, reafirmou de novo o total apoio ao combate às milícias rebeldes, através de uma declaração do representante especial da ONU no país e chefe da MONUSCO, Maman Sidikou.
Os ataques dos rebeldes ocorreram no fim de semana, deixando no seu rasto, para além dos 42 mortos, dezenas de casas destruídas pelo fogo.
Depois deste ataque, a MONUSCO, em conjunto com as FARDC e a polícia, enviou um contingente armado para o local com a missão de proteger as populações civis da região.
Recorde-se que a RDC vive, em paralelo, duas crises com potencial elevado de desestabilização da região dos Grandes Lagos: os permanentes ataques rebeldes de forças oriundas do Ruanda e do Uganda e ainda a crise política em Kinshasa despoletada pela dúvida que existe se as eleições presidenciais, às quais Kabila não se deve poder recandidatar, terão lugar no calendário legal, que é em Novembro próximo.
Para já, isso parece muito difícil porque só em finais de Julho teve início a fase-piloto da actualização do registo eleitoral. A oposição já admitiu um cenário de violência se não forem realizadas as eleições no seu tempo Constitucional.