Estes dados recolhidos pela Bloomberg encaixam nas previsões de a Agência Internacional de Energia (AIE) fez em Março de 2018, onde apontava para um decréscimo na produção nacional para 1,29 milhões de barris por dia em 2023.
A AIE, como o NJOnline noticiou em Março de 2018, justificava este declínio com a deterioração das infra-estruturas produtivas nacionais por causa do desinvestimento das multinacionais do sector em resultado da queda abrupta do valor do crude nos mercados internacionais a partir de meados de 2014.
Agora, segundo dados recolhidos pela Bloomberg, em Abril, Angola vai exportar apenas 1.31 milhões de barris por dia durante o mês de Abril, valor apenas igualado pelo registado em Março de 2008.
Tão reduzidas exportações apontam para, pelo menos aparentemente, o insucesso das medidas tomadas pelo Governo no sentido de incentivar as companhias a operar no país para aumentarem a produção, sendo disso exemplo claro a legislação criada para incentivar, através da diminuição de taxas, a extracção de crude dos denominados campos marginais, que são aqueles que têm menos de 300 mil barris potenciais.
Estes dados colidem de frente ainda com o que foi estimado pelo ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, que em Dezembro último disse que foi elaborado um plano de licitação de novos blocos de exploração de petróleo para manter o equilíbrio na produção em 1,49 milhões de barris por dia, no âmbito do cumprimento do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) para o quinquénio 2018/2022.
De notar ainda que estes valores, claramente abaixo do estimado pelo Governo, ultrapassam largamente aquilo que foram os compromissos assumidos pelo país, enquanto membro da OPEP, no âmbito dos cortes planeados para impulsionar em alta o valor do barril, onde Angola ficou de cortar 47 mil barris por dia à sua produção normal.
Com estes valores para Abril, Angola estará a produzir menos cerca de 200 mil barris por dia que aquilo que é a produção média considerada razoável pelo Ministério dos Petróleos.