De acordo com a agência de notícias britânica, Angola retirou à Trafigura o contrato para abastecimento de fuel ao mercado nacional, responsabilidade que transferiu para a Total, e que se efectiva a partir de 2019.
A decisão confirma a perda de influência da multinacional suíça no país, desde que João Lourenço assumiu a Presidência da República, bem como a ascensão da petrolífera francesa.
Segundo a Reuters, para além de a Total assumir o fornecimento de fuel a Angola - acordo que no ano passado movimentou 1 milhão e 100 mil toneladas de fuel e 450 milhões de dólares -, garantiu um contrato para abastecimento de 1 milhão e 200 mil toneladas de gasolina, e outro para importação de até 400 mil toneladas de "bunker fuer", este último retirado igualmente à Trafigura.
A multinacional suíça desaparece, assim, da lista de grandes players do mercado, após anos de hegemonia não apenas no fornecimento de produtos refinados, mas também na sua distribuição. Neste caso, a Trafigura operava através da subsidiária Puma Energy International, que detém a rede de bombas de combustíveis Pumangol e tem ligações ao general Leopoldino Fragoso do Nascimento, ex-chefe da Casa de Segurança do Presidente da República.
O negócio rendeu ao general "Dino" o apelido de "homem dos 750 milhões de dólares", atribuído pela revista norte-americana Foreign Policy por ter desembolsado 213 milhões de dólares para a compra da Puma Energy International, que por muito tempo conservou o monopólio da venda de combustíveis à Sonangol.
Em sentido inverso à "derrocada" da Trafigura, consolida-se a ascensão da Total, que no ano passado assinou com a Sonangol vários acordos para o relançamento da indústria petrolífera em Angola, melhorar a distribuição dos produtos refinados e baixar os seus preços.