Neste comunicado, o BP do MPLA não se detém em nenhum dos múltiplos episódios que podem ser enquadrados como conflitos políticos entre o 11 de Novembro de 1975 e o 04 de Abril de 2002, datas, respectivamente da independência nacional e do fim do conflito armado.
No documento, o MPLA sublinha - numa linguagem que remete historicamente para as reminiscências do 27 de Maio e da mortandade que se lhe seguiu mas sem se referir especificamente a nenhum caso em particular - que esta iniciativa visa "afastar os fantasmas que ainda ensombram o passado recente de Angola" através de um "diálogo convergente" que permita "curar as feridas psicológicas nas famílias e nos que sobreviveram, regenerando o espírito de cada um".
Diz ainda o texto que "tais homenagens terão sempre como objectivo o estabelecimento de um diálogo nacional, no sentido de fortalecer as bases de consolidação da paz e da reconciliação, unir os angolanos e afastar os fantasmas que ainda ensombram o passado recente de Angola".
E que "esta abordagem deve-se enquadrar nas acções com vista à contínua afirmação do Estado democrático de direito e alicerçada nos princípios da reconciliação nacional, da historicidade e do perdão".
O Executivo liderado pelo Presidente da República João Lourenço foi instado "a proporcionar mecanismos para um diálogo convergente, no sentido de se curarem as feridas psicológicas nas famílias e nos que sobreviveram, regenerando o espírito de cada um".
Mas adverte que "deverão ser afastadas todas as tendências que visam o aproveitamento político desta iniciativa, para criar situações de instabilidade e de divisão do tecido social angolano, que se pretende unido e coeso, tendo em vista o desenvolvimento humano sustentado".