A ida ao desfile de carnaval na Nova Marginal pode ter sido o primeiro de muitos episódios de fuga ao protocolo que o caracterizam e que em Angola contribuíram decisivamente para que fosse "baptizado" nas redes sociais como "Ti Celito" quando, em Novembro de 2017, esteve em Luanda para assistir à tomada de posse do Presidente Lourenço.
A agenda oficial desta visita de Estado de Rebelo de Sousa a Angola arranca na manhã de quarta-feira mas já hoje começou a marcar a agenda noticiosa com a recepção no Aeroporto 4 de Fevereiro pelo ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Domingos Augusto, e pelo governador provincial de Luanda, Luther Rescova.
O primeiro acto oficial vai ser depositar uma coroa de flores no Memorial Agostinho Neto e, de seguida, vai ao encontro de João Lourenço no Palácio Presidencial, com quem manterá um encontro, a sós, e onde haverá igualmente conversações ministeriais, seguido de uma conferência de imprensa conjunta.
De quinta-feira até Sábado, deslocar-se-á a Benguela, onde tem previsto um encontro com a comunidade portuguesa e a presença num fórum económico, irá no dia seguinte à Huíla, com deslocações a pelo menos quatro estabelecimentos de ensino pelo meio, duas universidades, em Luanda e no Lubango, e duas escolas portuguesas, na capital da província da Huíla e em Luanda.
Distinção entre estadista e político
Nas primeiras declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa, questionado sobre o pequeno e novo irritante entre Luanda e Lisboa a propósito do alegado ou efectivo pedido de desculpas do ministro dos Negócios estrangeiros português por causa do caso Jamaica, que Lisboa nega e Luanda afirma, decidiu dar uma lição sobre o que distingue um político de um estadista.
Para Marcelo, o que importa não são "os irritantes" do passado ou do presente mas sim "os importantes do futuro" e o que distingue um estadista de um político "é que um estadista prende-se aos importantes" e o político fica amarrado aos irritantes, quando o essencial é o que pode transformar para melhor a vida dos angolanos e dos portugueses.
E aproveitou ainda para definir o que para si será uma visita bem sucedida quando, no próximo Sábado deixar Luanda de regresso a Lisboa, e que passa por ir mais longe nos acordos já assinados e no que pode ainda ser melhorado para o futuro das relações entre os dois países e os dois povos.