Esta decisão da sul-africana Multichoice, que opera através da DSTV, surge depois de em Março deste ano a ZAP, a outra operadora de cabo em Angola, ter cortado os canais com informação nos seus conteúdos, SIC e SIC Notícias, integrados no Grupo Impresa, do empresário e político português, Francisco Pinto Balsemão.

Tal como a ZAP, que, em meados de Março passado, disse ao Novo Jornal online não existir nenhuma razão para além de se tratar de uma decisão empresarial para extrair os canais da SIC da sua grelha, também a Multichoice não apresenta quaisquer motivos de natureza técnica para deixar de emitir os canais da Impresa.

Na altura em que a ZAP, empresa controlada pela empresária angolana Isabel dos Santos, decidiu retirar do ar os canais da SIC, os serviços da estação de Pinto Balsemão, contactados pelo Novo Jornal online, remeteram quaisquer explicações para a operadora angolana, deixando entender não existirem quaisquer razões conhecidas para o grupo português.

Todavia, como pano de fundo a esta opção da ZAP estiveram algumas reportagens de conteúdo crítico para o Governo angolano emitidas pela SIC. Para além dos canais de TV, o Grupo Impresa integra anda jornais como o semanário Expresso ou a revista Visão.

Quanto à iniciativa da Multichoice/DSTV, não são conhecidas quaisquer justificações que não sejam de carácter empresarial, porque, na informação aos clientes da saída dos canais da SIC da sua grelha é apenas dito que estes vão deixar de ser emitidos em Angola "depois das 23h59 de domingo, dia 05 de Junho".

Recorde-se que as reportagens emitidas pela SIC nos últimos meses, nomeadamente uma que faz referência em título à pobreza generalizada em Angola, apesar de se tratar de um país rico, gerou uma enorme polémica e um coro de críticas de origens próximas do Governo do MPLA, ao mesmo tempo que surgiam elogios provenientes de sectores da oposição.