Com uma perda de 0,16% face a terça-feira, o barril de Brent, que serve de referência às exportações angolanas, estava a valer esta quarta-feira, 26, perto das 10:0, hora de Luanda, 93,39 USD, em consonância com os receios de um período difícil na economia mundial.
O WTI de Nova Iorque, num registo semelhante, embora com uma ligeira subida, reflectia à mesma hora as cada vez mais fortes probabilidades de uma recessão nos EUA, seguindo o rasto de uma inflação recorde de mais de 40 anos, acima dos 10%. Estava a valer, à mesma hora, 85,54 USD mais 0,16% que no fecho de terça-feira
Embora o barril se mantenha solidamente acima dos 90 USD há largas semanas, este momento de incerteza resulta de uma tempestade perfeita, onde aos maus sinais das economias ocidentais, se juntam dados menos pujantes da China, a segunda maior economia mundial e o maior importador de crude planetário.
A reflectir este cenário pouco animador, embora longe dos maus momentos que se seguiram ao início da guerra na Ucrânia ou ainda com o advento da pandemia da Covid-19, está a produção petrolífera nacional, com um evidente decréscimo entre trimestres, ficando muito próximo do milhão de barris por dia.
Embora a produção se mantenha há largos anos numa trajectória de declínio, Angola, ainda assim, conseguiu mais de 10 mil milhões USD no 3º trimestre deste ano, segundo informação disponibilizada pelo Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás.
Estes dados do Governo angolano mostram uma descida superior a 3,3% na exportação de energia em relação ao anterior trimestre, embota notando-se um aumento ligeiro face a igual período de 2021.
"O volume exportado representa um decréscimo de 3,35% comparativamente ao trimestre anterior e um aumento de 1,77% em relação ao trimestre homólogo de 2021", refere o balanço.
Angola tem vindo a sofrer forte impacto da crise que começou em 2014, com um subsequente desinvestimento na pesquisa e na manutenção da infra-estrutura produtiva nacional, estando a sua produção muito perto de 1 mbpd, muito longe do máximo histórico atingido em meados de 2008, quando chegou a valer por barril 147 dólares norte-americanos.
Este sobe e desce tanto no valor do barril como na oscilação da produção é fundamental para Angola, porque o sector petrolífero ainda representa 95% das suas exportações, mais de 60% das receitas do Estado e 35% do seu Produto Interno Bruto (PIB).