O Ministério da Saúde da Guiné Bissau fez sair um comunicado em que diz ter detectado uma "situação epidemiológica atípica" em vários distritos de Nsok Nsomo, depois da morte de várias pessoas com sintomas de febre, fraqueza, vómitos e diarreia com sangue.

No comunicado são confirmados nove mortos e 16 casos suspeitos, dos quais 14 são assintomáticos e dois têm sintomas leves. O documento refere que há 21 pessoas em isolamento e sob vigilância por terem tido contacto com os defuntos, e há ainda 4.325 pessoas em quarentena nas suas casas.

"Mantém-se a restrição de movimentos no distrito de Kiém Ntem, de acordo com as medidas de vigilância e controlo estabelecidas pelo Governo", lê-se ainda no comunicado, que informa que está em preparação uma "ampliação" das limitações de movimento e a "colocação em marcha do plano de contingência para fazer frente a esta pandemia".

O vírus de Marburgo tem uma taxa de mortalidade entre 24% e 88% e não existem vacinas ou tratamentos antivirais aprovados para esta doença. O vírus é transmitido por morcegos aos seres humanos e em contacto directo entre seres humanos através do contacto directo com fluidos corporais de pessoas, superfícies ou outros materiais contaminados.

Embora as doenças causadas pelo vírus de Marburg e do Ébola sejam distintas, têm perfis clínicos semelhantes, capazes de provocar surtos com uma elevada taxa de mortalidade.

Em África, já foram registados surtos anteriores e casos esporádicos em Angola, República Democrática do Congo (RDC), Quénia, África do Sul e Uganda, mas o primeiro surto ocorreu na Europa, em 1967, nas cidades alemãs de Frankfurt e Marburgo (daí o nome do vírus) e também em Belgrado (na Sérvia, à época ainda Jugoslávia).