Através de um comunicado hoje divulgado, a petrolífera estatal explica que a dívida de 300 milhões de dólares à Chevron decorre dos chamados "Cash Calls" (pedidos de fundos para custear a operação) daquele bloco, referentes aos meses de Julho, Agosto, Setembro e Outubro de 2016.

Apesar de reconhecer "a situação difícil da indústria petrolífera", devido à queda do preço do petróleo - que "implica tempos mais longos de análise e validação de despesas e facturas relativas a custos e investimentos" -, a petrolífera garante que do valor em dívida encontram-se "já em processo de liquidação cerca de 200 milhões de dólares, com um plano de pagamento do remanescente".

Na mensagem, a Sonangol sublinha que a situação é "perfeitamente normal na indústria petrolífera angolana, tendo-se registado já no passado e merecido tratamento semelhante".

A petrolífera adianta que "face ao clima aberto de diálogo, nunca esteve em causa a perda das receitas líquidas da produção petrolífera", e esclarece que no âmbito do "cumprimento contratual normal" existem acertos de contas "regulares" entre associadas (petrolíferas), uma "prática frequente entre as parceiras e a Sonangol".

O bloco 0, operado pela Chevron (quota de 39,2 por cento do grupo empreiteiro), está divido em duas áreas e segundo o mais recente relatório do Ministério das Finanças sobre as receitas com a exportação de petróleo, rendeu em Agosto a exportação de 3.783.840 milhões de barris (bloco 0A) e de 2.666.648 milhões de barris (bloco 0B), a um preço médio por barril, respetivamente, de 45 e 44 dólares.

No total, as duas áreas renderam aos cofres do Estado angolano 14,5 mil milhões de kwanzas (cerca de 80 milhões de euros) em impostos, não tendo a Sonangol, segundo o mesmo documento, recebido qualquer verba dessa exploração.