O anúncio recente da compra do LNG angolano pela multinacional Glencore, um dos gigantes mundiais das "commodities" - que se veio juntar aos acordos com os igualmente grandes Vitol (Holanda) e RWE (Alemanha) para aquisição do Gás Natural Liquefeito do projecto localizado no Soyo - confirma o "apetite renovado por acordos de nova produção com as principais empresas do sector", concluem os especialistas da unidade de análise da revista The Economist.
Embora notem que os termos dos acordos permaneçam na sua maioria privados, os analistas assinalam que os mesmos "sugerem que o projeto Angola LNG está a voltar aos eixos, depois de anos de progressos erráticos e subcapacidade".
Na sua análise, a Economist Intelligence Unit sublinha que este ano a fábrica do Soyo, na província do Zaire, já produziu 3,5 milhões de toneladas, em comparação com 0,77 milhões no ano passado.
"Mesmo assim está bem abaixo da capacidade instalada de 5,2 milhões de toneladas por ano", apontam os especialistas, recordando que a unidade foi interrompida por dois anos, período marcado por mudanças do mercado.
Com destaque para o desenvolvimento do gás e petróleo de xisto nos EUA, inicialmente apontado como um dos principais destinos de exportação.
"A abertura em 2013, mais de um ano depois do previsto, fez a fábrica funcionar durante menos de 12 meses, tendo sido encerrada por dois anos depois de vários incêndios com origem na parte eléctrica, falhas nos tubos de distribuição ['pipelines'] e problemas no processamento de gás", recordam.
Lançado em 2007 para aproveitar o gás natural resultante da exploração petrolífera - que sem esta unidade é reintroduzido nos poços ou queimado - o projecto junta a norte-americana Chevron (com 36,4%), a Sonangol (22,8%), a britânica BP Exploration, a italiana Eni e a francesa Total (todas com 13,6%).
A capacidade de produção da Angola LNG inclui ainda 125 milhões de metros cúbicos de gás natural para consumo doméstico.