Ipumbu Shiimi disse aos jornalistas namibianos que a diminuição da dívida angolana ao país vizinho estava definida e que o escalamento do pagamento da restante dívida prevê que este processo seja acelerado.

Esta dívida resulta do acordo a que os dois países chegaram há cerca de um ano com o objectivo de facilitar a troca de divisas em ambos os lados da fronteira, o que permitiu que milhares de angolanos, desde então, tenham optado por atravessar a fronteira para fazer compras, algumas das quais avultadas, incluindo património imobiliário e veículos.

Com o fluxo claramente superior na direcção da Namíbia, as autoridades monetárias de ambos os países rapidamente concluíram que isto iria resultar, como de facto aconteceu, num acumular de kwanzas na Namíbia que, depois, teriam de ser recomprados pelo BNA.

O acordo foi assinado a 22 de Setembro de 2014 e implementado em 2015, a 18 de Junho, prevendo uma primeira fase onde as transacções e o câmbio de kwanzas e dólares namibianos foram facilitados, podendo os angolanos levar até meio milhão de Akz através da fronteira.

No entanto, ainda devido ao claramente superior fluxo de kwanzas para a Namíbia, proporcionou a valorização do dólar namibiano, gerando uma distorção que os dois bancos centrais decidiram efectuar algumas correcções ao acordo e a sua suspensão até que uma solução de consenso fosse definida, sendo o repatriamento de kwanzas recebidos no país vizinho uma condição significativa.

Isto, porque a Namíbia se viu com os cofres cheios de kwanzas sem saber o que fazer com eles, porque a moeda angolana não é trocada em praticamente mais nenhum país e a única solução para evitar que o banco central namibiano fique com o prejuízo é que a moeda angolana seja recomprada por Angola, como, alias, o acordo prevê.

Para já, ainda falta recomprar kwanzas no valor de 346,3 milhões de dólares norte-americanos ou 4,8 mil milhões de dólares namibianos, o que corresponde a 57 300 000 000 Akz.