No mesmo dia em que as autoridades das Maurícias negaram o pedido da Quantum Global para disponibilização de parte dos fundos congelados no país, a empresa fundada e presidida por Jean-Claude Bastos de Morais lançou um ultimato.
"Notificámos o Governo das Maurícias da nossa intenção de recorrer à arbitragem internacional, se este assunto não estiver resolvido dentro de seis meses", informa o empresário suíço-angolano, num comunicado divulgado esta quarta-feira.
Na mensagem, à qual o Novo Jornal Online teve acesso, o denominado "homem-forte" de José Filomeno dos Santos, Zénu, lembra que "as Maurícias e a Suíça [onde está sediada a Quantum Global] assinaram um Tratado de Investimento Bilateral que protege os direitos dos investidores em caso de litígio".
Bastos de Morais defende que tem sido alvo de acusações infundadas nos media - ao ser associado a suspeitas de desvios de fundos do Fundo Soberano -, e considera que o silêncio das autoridades mauricianas, diante dos seus pedidos de esclarecimento, é revelador.
"Acreditamos que as acusações não vão resistir a um escrutínio, o que explica que não sejam tornadas públicas".
Para além de reiterar que as sanções aplicadas contra a Quantum Global estão a prejudicar seriamente os seus interesses, bem como o sustento de milhares de famílias africanas, o empresário questiona a sua motivação.
"Receamos que essas acções são um pretexto para romper o nosso compromisso contratual com o Fundo Soberano de Angola".
Recorde-se que, até recentemente, a empresa de Bastos de Morais geria 85% dos activos do Fundo, tendo, entretanto, sido afastada.
A ruptura surgiu cerca de três meses depois da exoneração de Zénu da presidência do conselho de administração do FSDEA, justificada pela falta de transparência da instituição, visada em dois grandes escândalos mundiais: Panama e Paradise Papers.