Financiada pela National Geographic num valor de cerca de um milhão de dólares, a expedição - que se prolonga até 2018 e até agora cumpriu duas fases - já percorreu milhares de quilómetros da área de conservação ambiental Okavango-Zambeze.

Apesar de salvaguardar que ainda é cedo para divulgar dados definitivos, Adjany Costa, especialista em Ictiologia (ramo da Zoologia que trata dos peixes), adianta que o número de espécies raras encontradas já ultrapassa as 500.

"Só de pássaros temos 357, de peixes 60, isto sem apontar os répteis, anfíbios e outras espécies da nossa biodiversidade", disse a também ambientalista à Angop.

Em declarações, no final do simpósio que culminou com a apresentação do relatório da expedição, Adjany Costa adiantou que durante a expedição foi possível cruzar toda a Bacia do Okavango, a partir da nascente do rio principal, o Cuito.

Já Steve Boyes, que lidera a equipa de 14 cientistas destacados para o país, sublinha o potencial turístico da expedição.

"O projecto "Okavango Wilderness" está a produzir resultados satisfatórios, e o Kuando Kubango revela ser uma terra de oportunidades para apostar seriamente em projectos de turismo ecológico de referência, com uma fauna e flora ricas em espécies raras", frisou Steve Boyes, em declarações ao Jornal de Angola.

O extenso álbum de biodiversidade, parcialmente apresentado esta semana ao Governo provincial do Kuando Kubango, deverá ampliar-se nas páginas de reputadas revistas científicas, e projectar-se nos media globais, incluindo no canal televisivo da National Geographic.

Além do registo da fauna e da flora nacional, está em curso a gravação de um documentário sobre a biodiversidade e o modo de vida das populações que residem ao longo dos rios atravessados.

Para o futuro, o projecto prevê também o recrutamento de jovens angolanos, sobretudo estudantes universitários formados em Biologia.

"Angola deve sentir-se bastante orgulhosa pelos recursos naturais que tem, e trabalhar afincadamente para que eles possam contribuir para o melhoramento das condições de vida das populações. Sobretudo aquelas que vivem nas áreas mais recônditas e que ainda enfrentam situações de pobreza", reforça Steve Boyes.