Estes bolseiros, na sua maioria do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED-Uíge), dizem-se agastados e querem vir a Luanda, esta semana, para se manifestarem em frente à sede do INAGBE.

O INAGBE diz que está em curso o processamento do complemento de bolsas de todos os estudantes, e que o dinheiro está a ser cabimentado na conta pessoal do aluno, afirmação que os universitários desmentem.

Os bolseiros, pertencentes à Universidade Kimpa Vita, Instituto Superior Politécnico Privado do Uíge (ISPPU) e ISCED-Uíge fizeram chegar ao Novo Jornal reclamações pelos atrasos e disseram temer que a situação não se revolva.

Estes bolseiros dizem que no princípio muitos tiveram que custear, a título individual, as despesas junto das instituições, sob pena de serem suspensos, mas que agora, "infelizmente", já não o conseguem fazer.

Por isso, prosseguem, estão "cansados de promessas" e querem que o problema se resolva o quanto antes, atendendo ao facto de o ano académico estar prestes a terminar.

"Somos estudantes bolseiros do ISCED-Uíge, Kimpa Vita e do ISPPU. Estamos há sete meses sem receber o complemento de bolsa. Infelizmente, dizem-nos sempre que estão a pagar e nada. A situação não é resolvida", escreveram os estudantes ao Novo Jornal.

Os estudantes das instituições privadas lamentam o facto de a dívida estar a crescer todos os meses.

Entretanto, estes visados, que estiveram reunidos esta manhã, no Uíge, disseram ao Novo Jornal que um grupo de mais de 100 bolseiros pretende vir a Luanda para protestar em frente às instalações do INAGBE.

Sobre este assunto, o Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo esclareceu este mês, em comunicado, aos estudantes, que tendo terminado o processo de assinaturas dos contratos no dia 19 de Março, estão agora em curso os processamentos do complemento de bolsas de estudo dos meses de Outubro a Abril.

Segundo o INAGBE, o valor dos restantes três meses, isto é, Maio, Junho e Julho, cabimentar-se-á directamente nas contas das instituições e o remanescente (caso o valor da propina seja inferior ao valor total do complemento de bolsa), nas contas dos estudantes.

Conforme o INAGBE, na eventualidade de o complemento não se reflectir na conta, deverá o estudante consultar a instituição de ensino ou prestar a máxima atenção ao seu correio electrónico (e-mail), no sentido de se manter informado sobre a sua real situação e cumprir as eventuais orientações que poderão advir da instituição.

No mês de Fevereiro, o director do INAGBE, Milton Chivela, disse ao Jornal de Angola que o Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo já tinha pagado propinas e subsídios a bolseiros de Dezembro a Janeiro do ano académico 2023/24.

Segundo estes universitários, até agora, quase todos os bolseiros do INAGBE na província do Uíge não receberam os seus subsídios de bolsa.