A informação consta de uma nota enviada à agência Lusa pelo Ministério das Relações Exteriores de Angola, justificando o adiamento por a delegação da RDCongo não ter chegado a Luanda, "por motivos de ordem organizativa".

Os trabalhos deveriam arrancar a partir de hoje, prolongando-se até sexta-feira, para abordar a situação legal dos ex-refugiados angolanos no país vizinho, com Angola a tentar prolongar a moratória anterior.

Os dois governos criaram uma comissão técnica para tratar do repatriamento ou legalização dos angolanos que estavam na situação de ex-refugiados no país vizinho, para onde tinham fugido das três décadas de guerra civil em Angola, que terminou em 2002.

A mesma comissão negociou uma moratória de dois anos, para a permanência destes nacionais angolanos na RDCongo, "cujo prazo terminou em Junho de 2015", informou anteriormente fonte do Ministério das Relações Exteriores de Angola.

"Pretende-se negociar mais tempo para permitir que o grupo técnico consiga legalizar a situação migratória dos ex-refugiados angolanos que ainda se encontram em território congolês democrático", explicou a diplomacia de Luanda, sobre a agenda de trabalhos.

A reunião tripartida deveria envolver a presença na capital angolana do vice-primeiro-ministro e ministro do Interior e da Segurança da RDCongo, Evaristo Bushap, que encabeçaria a delegação congolesa nestas conversações.

Os dois países, num processo participado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), acertaram que aos angolanos "que quisessem ficar" na RDCongo seria emitido o documento "necessário para legalizar a situação migratória naquele país", processo que "foi iniciado, mas não foi concluído", admite ainda a diplomacia angolana.

Uma operação lançada pelo ACNUR em Junho de 2014, com o apoio dos dois países, permitiu repatriar para Angola, nos nove meses seguintes, mais de 15.500 ex-refugiados angolanos.

Contudo, esta operação deveria ter sido concluída até final de 2014 e previa o retorno a Angola de 29.659 pessoas.