Depois de o Presidente namibiano, Hage Geingob ter declarado a seca que assola o país como "emergência nacional", uma avaliação da situação conduzida pela Unidade Nacional de Alerta sobre a produção agrícola da Namíbia resultou na conclusão dramática de que quase 600 mil pessoas estão a precisar de ajuda alimentar de curto prazo.

Estes resultados, segundo o jornal The Namibian, permanecem um desafio para o Governo de Windhoek, apesar de a perspectiva para a produção agrícola no país ter melhorado este ano relativamente à produção do ano passado.

No entanto, como as principais colheitas do país vizinho só podem ser contabilizadas em finais de Agosto, a perspectiva de mais produção só pode ser considerada como uma estimativa.

A estimativa transformada em números aponta para um crescimento da produção de 18 por cento face a 2015, mas, ainda assim, fica 31 por cento abaixo da média dos últimos anos.

A juntar à quebra na produção agrícola, a seca levou ainda à morte de milhares de cabeças de gado, gerando situações de extrema precariedade nas comunidades que têm na pecuária a sua principal fonte de subsistência, especialmente as comunidades que gerem os animais em transumância.

As regiões mais afectadas são o Norte e o Oeste, áreas próximas à fronteira Sul de Angola.

Tendo em conta que as barragens namibianas estão longe da sua capacidade de retenção de água e bastante abaixo da média, as autoridades admitem que o cenário possa agravar-se nos próximos meses, até se verificar se a nova época de chuvas pode suprimir estas falhas.

O fenómeno meteorológico que está a provocar estes problemas na Namíbia, o "El Niño", é o mesmo que há alguns anos afecta o Sul de Angola, provocando o mesmo tipo de emergência, tanto na produção agrícola como no gado, gerando a mesma necessidade de resposta à carência de alimentos.