Os cientistas e ambientalistas, que realizaram na parte angolana da ZAZA aquela que foi, até hoje, uma das mais extensas e intensas campanhas de recolha de imagens de animais selvagens de todo o continente africano, justificam a escolha, segundo a imprensa da especialidade, porque é a área menos conhecida e estudada do parque que abrange cinco países.

A ZAZA é composta por Angola, Botsuana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabué e apresenta, devido às suas características, uma das maiores potencialidades no âmbito da conservação e protecção da vida selvagem, flora e fauna, mas também na atracção de turismo a esta parte de África.

Das dezenas de espécies capturadas em imagens pela câmaras espalhadas pela área angolana o parque onde convergem os cinco países, salientam-se os elefantes, leões, hienas, leopardos, múltiplas espécies de herbívoros e répteis...

Estes projectos destinam-se essencialmente a permitir aos cientistas obterem uma imagem mais clara da realidade de áreas pouco estudadas e onde pior se conhece a vida selvagem, quer em número de espécies quer em quantidade de indivíduos, ficando, desta forma, com uma ideia mais informada desta realidade.

E esse foi o caso deste projecto, que envolveu diversos cientistas e ambientalistas ligados à fauna e à flora internacionais, o Instituto Nacional da Biodiversidade e Conservação e a Associação Pantera, cujo foco foi a parte angolana da ZAZA, aquela que é a menos conhecida da cinco nacionalidades que integram este território protegido.

Os resultados vão ser divulgados depois de analisadas as imagens e as informações recolhidas.

Esta área de conservação é tida nos meios internacionais como uma das que apresenta maior potencial no mundo como reduto de inúmeras espécies ameaçadas de extinção ou a precisar de protecção, mas também como lugar de desenvolvimento ligado às áreas da natureza e conservação animal e, na parte angolana, inclui os parques nacionais do de Luengue-Luiana e Mavinga.

As origens

As origens deste projecto transfronteiriço remontam a 1993, quando os cinco países se organizaram de forma a tirarem proveito das idiossincrasias da região e do seu potencial turístico enquanto santuário de vida selvagem enquadrado pelas bacias hidrográficas do Okavango e Zambeze, ligando cerca de 250 mil quilómetros quadrados e tendo no seu interior uma das maiores reservas de água doce do mundo.

Alberga ainda a maior população de elefantes a nível mundial, estimados em 250 000 e ali são ainda relativamente comuns algumas espécies raras no mundo, como a chita, o rinoceronte preto, o cão selvagem africano, o antílope negro africano e o antílope ruano, puku, oribi, texugo, grou-carunculado e grifo do cabo.

Este parque transfronteiriço é, em área, o maior destino turístico mundial e integra atracções conhecidas mundialmente, como as Quedas de Victoria Falls, Zimbabué, o Delta do Okavango, Botsuana, o Parque de Bwabwata, Namibia, o Parque de Kafue, Zâmbia e o Parque de Luengue-Luiana, em Angola.