Confiante na alternância de poder em Angola, em resultado das próximas eleições, Isaías Samakuva considera que "a mudança histórica que se avizinha pode e deve ser feita sem revanchismos nem convulsões".

Dirigindo-se aos angolanos, através de uma mensagem publicada ontem no site da UNITA, o líder da UNITA garante que se a população votar pela mudança "os que acumularam riqueza não precisam deixar o país porque ninguém os vai perseguir".

"Os agentes dos serviços de segurança não precisam temer o futuro, porque continuarão a ser servidores públicos do Estado ao serviço da Pátria. Os militantes do MPLA não precisam temer, porque a mudança que o voto da maioria vai trazer também os vai libertar. Vai libertar-nos a todos. Libertar-nos do medo, da crise e da intolerância", defende o presidente do maior partido da oposição.

Segundo Samakuva, "estamos num momento decisivo da nossa história", no qual "todos temos o dever e o direito de participar para o bem" colectivo,

"A mudança histórica que o País reclama deve equacionar a gestão dos passivos resultantes do processo de delapidação da identidade angolana, dos abusos da soberania, dos direitos humanos e das injustiças políticas, económicas e sociais", antecipa o líder do "Galo Negro", sublinhando a importância da via democrática.

"Acreditamos que só a democracia - a mais autêntica e participativa que conseguirmos construir - poderá libertar-nos do nosso passado, dos nossos temores, das nossas incertezas e indecisões. Só ela nos permitirá fruir os frutos da prosperidade, da reconciliação e do progresso num ambiente de respeito mútuo, de liberdade, confiança e estabilidade. Só ela nos permitirá afirmar Angola como país africano de dimensão atlântica".