Quando ainda falta mais de uma hora, de acordo com o programa, para a chegada de João Lourenço ao palco, instalado na Praça Comandante Cowboy, no Lubango, são já alguns milhares de pessoas ali concentradas, num cenário onde abundam as cores do Movimento Popular de Libertação de Angola.

O Lubango foi a cidade escolhida para esta primeira "acção de massas" por ser a segunda praça eleitoral do país e, de acordo com informações divulgadas na tarde de sexta-feira, quando Lourenço chegou à província da Huíla, a intenção foi deixar clara a ideia de que o MPLA pretende sublinhar a importância do todo nacional nesta estratégia eleitoral, marcada claramente pela saída de cena das disputas eleitorais do histórico líder partidário e Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

Todavia, apesar de ter sido repetidamente afirmado que João Lourenço teria todo o protagonismo nesta campanha, de forma a melhor ocupar o lugar até aqui ocupado pela figura de José Eduardo dos Santos, o surgimento deste com igual destaque no palco montado na Praça Comandante Cowboy, no Lubango, mostra que o MPLA não vai, afinal, abdicar da imagem do seu líder histórico para dar chama à campanha do seu sucessor, o actual Vice-presidente e ministro da Defesa.

Sobre o que se espera que seja dito por Lourenço nesta sua primeira prova de fogo depois de oficialmente confirmada a sua indicação para cabeça de lista do MPLA, João Lourenço já deu um cheirinho do que poderá ser, quando, ao chegar, na tarde de ontem à província, afirmou, numa curta declaração, que o partido e ele próprio estão prontos para os "grandes desafios do futuro".

O candidato do MPLA disse ainda que esses grandes desafios e o alinhamento das prioridades definidas para atacar esta corrida eleitoral, onde o MPLA procura criar condições para que a saída de cena de José Eduardo dos Santos não seja percepcionada pelos eleitores como uma fragilidade, serão divulgados hoje, no seu discurso no Lubango.

Nesta deslocação ao Sul de Angola, João Lourenço é acompanhado por uma larga delegação, onde se destacam as figuras da secretária-geral da OMA, Luzia Inglês Van-Dúnem, do chefe da bancada parlamentar do MPLA, Virgílio de Fontes Pereira, entre diversos membros do Bureau Político e do Comité Central do partido.