Esta venda, que corresponde a pouco mais de 83 milhões de euros, deverá, tal como o primeiro, envolver nova flutuação cambial porque, como informou o governador do BNA, José de Lima Massano, a taxa passa a ser determinada pela média das transacções de divisas em mercado primário, efectuadas em leilão, onde vão intervir os bancos comerciais (compradores) e o Banco Nacional (vendedor).

Após este segundo leilão, a taxa de câmbio será publicada no site do BNA e passa a ser a "taxa de câmbio de referência". Mas espera-se uma nova desvalorização, até porque, segundo várias análises de entidades nacionais e internacionais, o Kwanza deverá sofrer este ano uma perda em torno dos 30 por cento face ao dólar norte-americano.

Recorde-se que na primeira venda em leilão sujeita às novas regras cambiais, que foram anunciadas já este ano, o dólar passou a valer, na venda, 185,5 kwanzas (antes valia 167), com uma valorização de 10 por cento, e o euro passou a valer 221,6, quando antes da flutuação estava a 187(venda), sendo a valorização da moeda europeia superior a 16 %.

Os valores atribuídos sempre após a venda em leilão, resultam da "média ponderada da venda" aos bancos comerciais e deve ficar dentro da banda de flutuação definida pelo BNA, que intervirá, segundo Massano, sempre que for ultrapassada, embora os limites não tenham sido divulgados.

Tal como sucedia antes do fim do câmbio fixo, o BNA, por cada leilão, procede à indicação dos sectores aos quais os banco comerciais devem endereçar as divisas adquiridas.

No último leilão foram estes os sectores escolhidos: 50% à compra de matéria-prima, peças e equipamentos fabril, 20% aos Seguros, telecomunicações, transportes aéreos e outros serviços, 17% à agricultura, agropecuária, pescas e mar, 10% a artigos de higiene, limpeza, material escolar e de escritório e 3% a vestuário, calçado, artigos e utensílios domésticos.

A nova metodologia para encontrar a taxa de câmbio, dentro da banda de flutuação, foi anunciada pela equipa económica do Executivo, a 03 de Janeiro, durante a apresentação do Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM), um instrumento de gestão que visa, em síntese, restaurar a estabilidade e a sustentabilidade da economia do país.

Recorde-se que o Kwanza já desvalorizou entre 2013 e 2016 cerca de 70 por cento no mercado oficial e 180 por cento no paralelo.

Esta medida, definido como depreciação da moeda, visa chegar ao equilíbrio das contas externas, diminuir o diferencial entre o câmbio oficial e o paralelo, reduzir a inflacção, aumentar o emprego e melhorar os indicadores sociais do país.