Por detrás deste conflito que se arrasta pelo menos desde 2015 estão milícias criadas no seio das populações deslocadas das margens do lago, junto à fronteira com a Zâmbia, um dos quatro países - mais RDC, Tanzânia, e Burundi - que têm fronteiras no lago, e as raízes culturais dos povos pigmeus e bantus, bem como a disputa de território agrícola e de pesca.

Pelo menos 19 mortos resultaram de mais um episódio de violência entre as tribos Twas e Lubas, na região de Pweto, Alto Katanga, que embora geograficamente próxima, tem acolhido alguns milhares de deslocados das margens do grande lago.

Este conflito latente já terá, segundo algumas organizações internacionais, provocado várias centenas de mortos ou mesmo milhares, para além de um número incerto de feridos e desalojados.

O último episódio violento ocrreu na quarta-feira, próximo de Pweto, do qual resultou a morte de pelo menos 19 pessoas, com as autoridades provinciais a apontarem as disputas de áreas de pesca como estando na sua génese.

Há registo de várias aldeias destruídas pelo fogo, algumas delas onde ainda não chegaram as equipas de socorro nem a polícia, devido às dificuldades de acesso, relatam as agências a partir de fontes de organizações humanitárias presentes na região.

Desta feita, também o Governo de Kinshasa, que vive uma situação generalizada de instabilidade em quase todo o território, veio a público lamentar a situação e garantir que estão a ser tomadas medidas, como apontou o ministro da Comunicação, Lambert Mende, para resolver este problema que se arrasta há anos.