Benjamim Netanyahu, o primeiro-ministro israelita que não consegue disfarçar a sua convicção de que o povo que governa é superior ao resto da Humanidade, não muito diferente da irracionalidade monstruosa de Hitler e Mussolini, desbrava o caminho, com o apoio descarado e irracional dos EUA para exterminar o povo palestino.

Segundo a maior parte das definições passíveis de ser consultada, "Jerusalém é considerada uma cidade sagrada pelas três principais religiões abraâmicas - o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Israelitas e palestinos reivindicam a cidade como sua capital, mas Israel mantém as suas principais instituições governamentais em Jerusalém, enquanto o Estado da Palestina apenas a prevê como a sua futura sede política. A ideia de instalar os judeus na Palestina tem origem na Declaração de Balfour, de 1917, em que o então secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros Lord Arthur James Balfour manifestava simpatia quanto às aspirações sionistas afirmando que "O governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento na Palestina de um Lar Nacional para o Povo Judeu e empregará os seus melhores esforços no sentido de facilitar a realização deste fim [...]" A região, lembramos, era colonizada pelo império britânico. Cumprindo uma resolução da ONU, a 14 de Maio de 1948, a Palestina foi dividida em dois estados, o israelita e o palestiniano, contra a vontade dos povos árabes. Israel iria, ao longo de décadas, saqueando o espaço palestiniano e aumentando as suas fronteiras, sempre sob a batuta dos Estados Unidos. E é neste quadro que a administração trumpista decidiu transferir a sede da sua embaixada para aquela cidade.

Netanyahu, ao contrário de alguns dirigentes que Israel foi tendo e que tinham a perspectiva e a visão da necessidade, por todos os tipos de razão - histórica, sociológica, respeito pela diversidade e verdade históricas - de terem de coexistir dois Estados naquele espaço geográfico, constitui o protótipo da ralé dos israelitas. Vingativo, corrupto, de índole racista tal como Trump, e mesmo tendo grande parte da população contra ele, não tem pudor em afirmar que vai continuar a expandir-se, do ponto de vista geo-político e militar. O que tem de passar pelo extermínio programado dos palestinianos, já de si encurralados em zonas onde não têm acesso à água potável e são obrigados - como no tempo dos campos de concentração nazis - a identificarem-se quando se querem deslocar, até para ir trabalhar.

O mundo vai protestando, aqui e ali, sentem-se algumas posições sempre tímidas, mas a secular obediência ao "Patrão" acaba por fazer esquecer os seus actos criminosos, que, no quadro da existência do Tribunal Penal Internacional, constituem crimes contra a Humanidade.

O que são os perfis de dois assassinos torna-se norma e os tão propalados e auto-intitulados humanistas de todo o mundo, curiosamente até os que se reclamam de símbolos da democracia e se consideram o cúmulo da civilização (como o Ocidente europeu e seus apaniguados), vão engolindo em seco e deixam passar "o comboio".

Acreditamos que, a médio e longo prazos, esta situação seja alterada, porque a correlação de forças acaba por ser modificada pela natureza da própria História. Até lá, gostávamos de ouvir das instituições penais internacionais criadas quer por via do TPI quer das Nações Unidas, mesmo com o veto habitual do "pequeno Hitler" do séc. XXI, uma tomada de posição activa e decidida. Afinal, preocupam-se tanto com figuras menores da política mundial e deixam à solta duas aberrações humanas como são o Donald e o Benjamim.