"Eu não compartilho com pessoas que não têm tolerância. Não compartilho com pessoas que não têm tolerância e aplaudem ameaças de morte, sem solidarizar-se com a vítima. Muitos dirigentes e deputados da UNITA falaram comigo e mostraram a sua solidariedade, mas faltou solidariedade do partido", disse David Mendes no espaço de análise da TV Zimbo.

O também advogado e fundador da Associação Mãos Livres escreveu um post no seu Facebook, no dia 28 de Outubro, em que afirmava que aguardava com serenidade "um pronunciamento" da direção do partido a um vídeo alegadamente produzido pela UNITA-Bruxelas, com ameaças de morte dirigidas a si.

O vídeo surgiu após um comentário do deputado na TV Zimbo, em que condenava a participação da UNITA numa tentativa de manifestação de 24 de Outubro.

Para David Mendes, a presença da UNITA na manifestação "foi um erro estratégico" e um "mero aproveitamento político".

"Se a sociedade decide partir para uma manifestação, os partidos políticos não se devem envolver porque os partidos políticos querem atingir o poder político. E numa democracia não se alcança o poder político na rua", afirmou o deputado independente da UNITA n o mesmo espaço de análise da Zimbo em que agora anunciou a sua saída do "Galo Negro".

David Mendes, que disse já ter comunicado a sua decisão a Isaías Samakuva, antigo presidente da UNITA, "por uma questão de respeito" e por ter sido a pessoa que o convidou para integrar o partido, afirmou também que a sua vida "não tem preço" e nem a sua família está disposta a perder alguém "por um partido que acha que quem tem opinião diferente deve ser eliminado fisicamente".