O principal partido da oposição, UNITA, entende que o Governo de João Lourenço está a falhar na implementação de várias políticas sociais e económicas, criando transtornos na vida das populações.

"A situação do País inspira cuidados. Não há melhorias em nenhum dos domínios. Por isso, a UNITA está muito preocupada com a vida das famílias e de milhares de angolanos", disse o líder do grupo parlamentar da UNITA, Adalberto da Costa Júnior.

Segundo o parlamentar, se o MPLA e o seu Governo continuarem a impedir os deputados de fiscalizar as acções do Executivo, o País vai continuar a regredir.

"Empresas a falirem, famílias cada vez mais pobres, o desemprego a aumentar significativamente, a delinquência também a subir. Temos um País com enormes problemas", lamentou.

Segundo o político, o combate à corrupção, à impunidade, ao nepotismo e à bajulação, é uma batalha falhada do actual Governo liderado pelo Presidente João Lourenço.

As críticas à governação de João Lourenço chegam também do quarto vice-presidente da Assembleia Nacional pela CASA-CE, Manuel Fernandes, que diz que o segundo ano é de "decepção".

"O primeiro ano de governação de João Lourenço foi para alimentar a esperança aos angolanos e também foi de consolidação do poder. Constatámos êxitos na diplomacia económica", destacou.

Mas, para o político, no segundo ano a crise aumentou substancialmente no seio das famílias e provocou a falência de centenas de empresas.

"Desapareceu a classe média, a crise aumentou, o crime também, o desemprego, os ordenados que funcionários recebem estão aquém das necessidades. Enfim, uma série de dificuldades que desanimam os angolanos", referiu, dizendo haver insucesso no repatriamento de capitais do exterior.

"O País faliu. Nota-se a incapacidade do Executivo para dar solução a inúmeros problemas que a população enfrenta", disse Manuel Fernandes, considerando que os julgamentos que ocorrem no País são "um exercício para inglês ver".

O presidente do PRS, Benedito Daniel, também defendeu a fiscalização das acções do Executivo pelos deputados, para obrigar os gestores públicos a cumprirem com as orientações.

"O Executivo tem muitas responsabilidades. Se não acatar o conselho dos deputados da sociedade civil, a situação vai piorar", disse, salientando que mesmo com as exonerações e nomeações de membros de conselhos de administração de grandes empresas públicas, não houve melhorias.

O deputado do MPLA, Tomás da Silva, disse que o Executivo central vai continuar a trabalhar para melhorar as condições sociais e a qualidade de vida da população.

"O Governo está empenhado na construção de hospitais, escolas, estradas e pontes e outras infra-estruturas, visando dar solução aos problemas mais candentes que afligem a população. Não obstante alguns constrangimentos resultantes da crise internacional, muita coisa foi feita nos últimos dois anos", destacou.

O membro do Conselho da República, Fernando Pacheco, entende que qualquer avaliação ao desempenho do Presidente João Lourenço não pode ignorar a pesada herança recebida.

"Não se tratou apenas de um cofre vazio. Vazias estavam também as instituições e genericamente a sociedade. Vazias de patriotismo, de interesse público, de boas práticas de governação, de ética e de valores morais. Vazias de ideias. Pouco bem para melhorar e muito mal para corrigir", defendeu.